
http://tugavideostv.blogspot.com/2010/01/video-sharingpartilha-de-videos.html
Ainda há dias relembrei Sabotage, rapper brasileiro vítima de assassinato. É algo que tem perturbado muito (e empobrecido) o Hip Hop estas mortes estúpidas que interrompem a vida a tanta gente com talento, embora alguns não sejam propriamente meninos de coro. Ice Cube com Musiq Soulchild compôs um tema emocionante que foca esta problemática e põe o dedo na ferida (tão mortal). Tantos rappers emblemáticos que já tombaram... Porquê eles?
Amanhã, La Dupla & DJ X-Acto estarão no Armazém do Chá, na cidade do Porto. A passar música estarão ainda Deck, D-One e Maze. La Dupla faz também uma maratona de showcases nas lojas FNAC pelo Norte do país. Para mais informações, consultem:
Enquanto integrante de Harold Melvin and The Blue Brothers, Teddy Pendergrass ajudou à construção de sucessos como "You Know How to Make Me Feel So Good". Quando fiz o post anterior, esqueci-me de incluir o fantástico uso dum sample desta música num dos temas clássicos de Raekwon: "Rainy Dayz (Remix)". Mr Dalvin foi o autor desta remistura, trabalhando com mestria o sample. Muito bom resultado:
Quem também usou um sample de Teddy Pendergrass foi o grupo português Mind da Gap. "Come Go With Me" serviu de inspiração para a realização do instrumental do tema "Despedidas", incluído no álbum A Verdade de Mind da Gap.
A.S2 prepara-se para editar brevemente o EP "Isto ainda não é o álbum!". Esboço, o «single» desse EP, teve direito a videoclip e o resultado está à vista. Aproveitem para mirar.
Com uma fantástica batida de J Dilla, aí fica o vídeo de "History" de Mos Def, com participação de Talib Kweli. O tema pertence a um dos álbuns do ano: The Ecstatic de Mos Def.
Segundo o que tenho vindo a ler, parece que os fãs de rap no Brasil têm diminuído. Outros géneros musicais têm ganho terreno ao rap particularmente nas camadas mais jovens da população. Porém, creio que isso não tem sido sinónimo de menor qualidade dos artistas do Hip Hop brasileiro. Prova disso é o grupo Pentágono, visto como um dos mais proeminentes do rap canarinho na actualidade. Lançaram em 2009 o EP "Pedrada na Cara" e foi um dos trabalhos brasileiros em que eu mais repeti a audição. Composto apenas por 5 faixas, conta com participação, numa delas, de Projota, Flora Matos e o falecido DJ Primo. Contém ainda uma canção gravada ao vivo. Esta apresentação serve para destacar a qualidade e relevância deste grupo no Brasil, mas também para focar a malha "Tem a ver" como uma das mais potentes que escutei do rap em língua portuguesa feito no exterior. Representando São Paulo, eis o Pentágono:
Há dias, fomos contactados pelo rapper brasileiro Cabal. Confesso que, até àquela data, nunca tinha ouvido nada de Cabal. Através do seu space e vadiando pelo youtube, fui descobrindo a música deste são-paulino. Pelo que me foi dado a perceber, Cabal teve uma fase inicial de muito sucesso, traduzido num rap direccionado para as massas, circulando pelos principais canais mediáticos. O auge desse investimento foi a conquista dum Grammy Latino. A razão que me leva a escrever sobre Cabal prende-se sobretudo com a vontade que ele tem de extrapolar o Brasil e colaborar com rappers de língua portuguesa de outros países. À atenção de eventuais interessados, o recado está dado.
Eu bem que tentei mas não consegui eleger uma canção como a minha preferida ao nível do rap nacional versão 2009. Tenho uma lista com muitos sons de grande qualidade de que verdadeiramente gostei onde cabem nomes como Xeg, Monstro Robot, J-K, Berna, gente da Best Off, Boss A.C. até, etc. Mas foi inglório escolher o tema número 1 do ano em Portugal... Internacionalmente, por incrível que pareça, foi mais fácil. Sim, partilho o entusiasmo e estou incluído no lote dos muitos que elegeram “Exhibit C” de Jay Electronica como o som do ano. Com uma batida que dá um novo fôlego a qualquer moribundo, Just Blaze fez a assistência perfeita para que Jay Electronica pudesse fazer um golão! E diga-se: bem melhor do que o golo do Cristiano Ronaldo no Estádio do Dragão!
No primeiro dia de 2010 surgem as retrospectivas do ano findado, sem nunca desviar as atenções para o que se irá produzir no próximo, porque a vida continua. "The Love Song" é a desculpa (produzida por D-Mastha) para se extrair mais um vídeo do álbum de Damani Van Dunem "Mutatis Mutandis". A Cidade Invicta agradece!
Incluída na compilação "Best Off", X-Tense compôs, para mim, a canção mais animada e divertida do rap nacional em 2009. Com doses industriais de humor, sátira e com muitas linhas de batalha verbal, X-Tense é um mestre na arte da subversão. E aquele refrão? No mínimo, desconcertante! Fazem falta mais sons assim no rap português. E confessem lá: já não tinham saudades de ouvir X-Tense?
Monstro Robot com o seu álbum homónimo arrecada, para mim, o galardão de melhor disco de Hip Hop português de 2009. Pelas rimas de Stray, pela produção de DarkSunn, pelo scratch de DJ SlimCutz, Monstro Robot combinou o melhor de 3 individualidades num registo único, resultando num trabalho surpreendente. Já escrevi exaustivamente sobre este projecto aqui no blog. Portanto, acho que já justifiquei, na altura, o porquê de considerar agora Monstro Robot como o melhor grupo de rap português no ano de 2009.
Melhor vídeo de Hip Hop em 2009:
Portugal inteiro tem feito uma vénia ao trabalho de Macacos do Chinês. A audácia musical do grupo tem rendido elogios dos mais variados quadrantes da música portuguesa. O vídeo de “Rolling na Reboleira” é bastante simples, divertido e ilustra perfeitamente o bom espírito inscrito no tema. Além disso, o vídeo processa-se fundamentalmente na rua, algo que de se fala muito no rap português, mas que quando toca a fazer um vídeo foge-se bem do sol, da chuva, do frio, do calor, das pedras da calçada, do alcatrão, enfim (e vá lá saber-se porquê!). Este vídeo conta igualmente com a preciosa colaboração do famoso Chato e ganha naturalmente pontos com isso.
Melhor(es) mixtape(s) de Hip Hop em 2009:
Nesta premiação, deveria apenas destacar uma mixtape. Todavia, foi-me completamente impossível escolher uma só. Gostei de ambas, embora cada uma tenha particularidades próprias que as tornam distintas. Talvez tenha sido isso a impedir-me de eleger uma como a melhor. São diferentes no conceito, na abordagem, uma conta com um DJ a tempo inteiro, a outra era um regresso há muito aguardado, uma tem um veterano a rimar que conta com múltiplos trabalhos editados, a outra é de alguém que raramente edita a sua música... Por tudo isto e certamente por mais alguma coisa, Pioneiros de DJ NelAssassin e Mundo Segundo e "Manutenção" de Infinito Nocas são, para mim, essenciais para o rap português, neste ano de 2009.
Algumas menções: Salvaguardo que as referências seguintes não obedecem a nenhuma ordem qualitativa, a qualquer espécie de top, quero deixar isso bem claro. Sublinho apenas alguns trabalhos de que também gostei no rap português para além dos grandes destaques que fiz em cima. Acho que 2009 foi um ano relativamente bom em termos de trabalhos que conheceram edição. Gostei de algumas participações da Compilação Best Off, assim como a prestação de alguns artistas na mixtape do DJ Cruzfader (talvez ainda venha a fazer a crítica a esta mixtape), senti bastante o rap do Supremo G na “Live on Stage”, embora me tenha parecido que muitos convidados estavam claramente desfasados da qualidade patenteada pelo Supremo. Apreciei o trabalho do Madkutz com o Nga; de Berna; Roulote Rockers surgiram com uma vibe muito boa; J-K é um rapper de elevado potencial (muita atenção nele); Bob da Rage Sense também surgiu com um trabalho forte (embora eu ache “M.P.L.A.” um disco melhor do que este). Depois, Suarez fez uma inovação ao apresentar um disco de rap acústico, com bons resultados; Praso também voltou às lides com uma sonoridade interessante. Destaque para o regresso em grande de Xeg, que se tivesse preterido algumas faixas do seu último CD talvez tivesse tido melhores argumentos para poder questionar Monstro Robot como o meu trabalho preferido de 2009. Ainda assim, reforço: muito bom regresso de Xeg. DJ Ride é já uma certeza não só no Hip Hop nacional mas na música portuguesa e New Max também marcou posição com o seu disco. Por último, refiro No Pity que é um projecto fora do âmbito do Hip Hop mas que tem dois protagonistas ligados ao rap: Geny e Xizini. Deixo, para acabar, a nota de que houve alguns discos de rap português que ainda não consegui ouvir como o de Fizz, o de Zero e o de Sr. Alfaiate. Portanto, a minha análise é baseada somente naquilo que ouvi em 2009 e apresento a minha penitência por deixar aqueles discos de fora, não porque não tenham valor para serem mencionados, mas unicamente porque ainda não os ouvi.