terça-feira, 30 de junho de 2009

Blaq Poet - Ain't Nuttin' Changed (Prod. DJ Premier)

“Tha Blaqprint” é o mais recente projecto que Blaq Poet lança para as ruas, numa espécie de aquecimento para o seu novo álbum. Neste disco, encontram-se algumas faixas já conhecidas do artista. Poet estará a guardar os melhores sons para esse seu disco de originais, mas aqui encontram-se igualmente faixas inéditas e de grande qualidade. É o caso de “Ain’t Nuttin’ Changed” produzida pelo sempre excelente DJ Premier. Puro sabor a Nova Iorque.

Jay-Z - D.O.A.(Death of Auto-Tune)

Depois do áudio de "D.O.A.(Death of Auto-Tune)" eis que surgem as imagens deste primeiro single de "The Blueprint³". O décimo primeiro álbum do 'afro' Jay-Z invadirá as lojas a 11 de Setembro, precisamente oito anos após o primeiro "Blueprint".

sábado, 27 de junho de 2009

Nas & Damian Marley

Primeiro aperitivo do trabalho conjunto de Nas e Damian Marley denominado "Distant Relatives". Sem data de lançamento estabelecida, mas com inúmeras genes africanas, o álbum, segundo Nas, não é reggae nem rap... "is a different shit"!

Madkutz TV: noticiário da meia-noite

A Madkutz TV encontra-se no ar vinte e quatro horas por dia, sempre carregada de novidades escaldantes:

- Em termos de singles, o ambiente sonoro não poderia estar mais fresco e... quente. Exemplo disso é o "Aviso" lançado por NGA, Caminhante, Rimavisa, Makkas, Xoye, Lancelot, Supremo G, Kosmico e Raptor, num banger que antecede um remix deveras assustador (segundo o próprio Madkutz).

- Sem esfriar, o produtor também confeccionou a "Mudança" no featuring de Kosmico e Raptor com NGA e "Não me conheces" do mesmo Kosmico

- Para os que não aguentam a sobrecarga de faixas de Piecemaker aka Madkutz, o "Get Up" surgirá logo a seguir com as estimulações de Seth e Al-X

Em todas estas malhas foram detectadas as impressões digitais de Madkutz, que recentemente passou ou passará as mãos n'"A Preview" de Tekilla, nas mixtapes de NGA "Mais quente que fogo Vol.4" e "Impakto Pt:2" e n'"O algodão não engana" de Pacotes aka Pacman. Para acompanhamento diário no canal habitual.

Para fechar este bloco actualizado da Madkutz TV, um sublinhado para o projecto de produção "Beat'einstein", onde Madkutz divide com Kosmico os créditos dos beats. Para além de se concentrarem nos novos artistas nacionais que estão a surgir, esta dupla de produtores (Kosmico também é MC) pretende aumentar o volume dos seus sons até aos ouvidos internacionais, sem qualquer complexo aquando da confecção das batidas.





P.S. Este post não é mais do que um alento para o Madkutz que, neste momento, atravessa um período menos agradável que será, assim o desejamos, o mais ultrapassável possível!

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Rest in Peace, Michael Jackson!

O mundo chora a tragédia. Michael Jackson de 50 anos faleceu, após uma paragem cárdio-respiratória, em Los Angeles. O rei da pop sucumbiu traído pela saúde e a consternação é imensa. O choque é gigantesco, a música perde um dos seus maiores ícones de sempre. Descansa em paz, Jackson!

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Eixo Rap - 3 e 4 de Julho (Gaia)

Pedaço de Saudade: Black Company - Nadar

Parece que foi ontem, não é? Quem não se lembra de trautear este clássico do rap português vezes sem conta? Black Company conseguiu realizar um êxito que contagiou Portugal inteiro, adensando entusiásticas expectativas em relação àquilo que poderia ser o rap no nosso país. Nem tudo correu pelo melhor no período pós-Rapública mas o que é certo é que o tema foi um marco do rap lusitano. Volvidos quinze anos, é com muito gosto que aqui o recordamos.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

DJ NelAssassin & Mundo - Pioneiros Mixtape

DJ NelAssassin e Mundo estão a unir esforços para a concretização de mais uma mixtape para o rap português. A dita chamar-se-á "Pioneiros", um nome a preceito, que reflecte claramente a importância destes dois artistas no Hip Hop português. Ainda não existe data de lançamento para a mixtape, mas é um trabalho que será aguardado com elevada expectativa por todos os amantes de rap.

Mãos de ouro que reluzem no mic



Existem muitos produtores de instrumentais capazes de suster o batimento cardíaco do Hip Hop em níveis consideravelmente saudáveis. Disso ninguém deverá duvidar. Mas nem todos esses fabricantes de beats se aventuram na produção de rimas. Naturalmente, uns acabam por ser mais bem sucedidos do que outros. The Alchemist faz parte dessa lista de aventureiros, embora ainda não tenha deixado no mic aquele eco que nos assalta quando um artista chega ao limiar do pressentimento, prestes a convencer a certeza: "Temos emcee!". Talvez mais uns bons anos de filtragem do legado deixado pelos grandes nomes do MCing lhe permitam entrar em listas como a que recentemente relatou. É óbvio que as escolhas são subjectivas, estão dependentes do gosto de cada um, logo, esta mescla de produtores, que também fazem uso da voz, não vai além de uma opinião meramente pessoal. Os nomes, da velha à nova escola, não parecem ser largados por ordem crescente (senão Nas jamais seria dos primeiros falados), à excepção de um: Large Professor. O Nova-Iorquino é aquele artista que provoca em Alchemist a tentação de esconder um trabalho seu para que nenhum outro ser partilhe do mesmo gozo.

Os doze destacáveis de Alchemist:
Large Professor
RZA (Wu-Tang Clan)
Kanye West
Juju (Beatnuts)
Evidence
Scram Jones
Pete Rock
Diamond D
Havoc (Mobb Deep)
Jay Dilla
Nas
Black Milk

terça-feira, 23 de junho de 2009

Cacique'97

Anunciado como sendo o primeiro disco tuga de afrobeat, "Cacique'97" apadrinha a estreia do grupo com o mesmo nome nas edições discográficas (Footmovin'). Isto enquanto Cacique'97, porque os elementos que o completam estão "fartos" de música. Philharmonic Weed, Cool Hipnoise e Most Wanted são alguns dos dadores na formação deste colectivo.
Amparadas pelas teclas de João Gomes ou pelo alto gabarito de Francisco Rebelo no baixo, as vozes dos irmãos Gulli (Milton e Marisa) elevam as raízes luso-africanas dos Cacique'97 até à reivindicação e consciencialização social.
O primeiro vídeo reivindicativo já se passeia (literalmente) pelas ruas e está visível "pra toda a gente" mais abaixo. Outro dos nove singles do álbum também já se chegou à frente, embora por um meio mais discreto, mas arrastou consigo Ikonoklasta, Sagas, Bob da Rage Sense e Sir Scratch.
A SóHipHop constitui, mais uma vez, o caminho mais confortável de chegar a um álbum de edição nacional.

A Fnac do Colombo (4 de Julho às 22h) será a próxima paragem dos Cacique'97.

The Alchemist + Oh No = Gangrene

À semelhança de Jay Dilla e Madlib (Jaylib), também Alchemist e Oh No (irmão de Madlib) farão parelha brevemente, num projecto onde os dois produtores responsabilizam-se por metade das batidas cada um, sobrepondo cada rima sua nos instrumentais do outro.
No vídeo do primeiro single, "Under Siege", a dupla, auto-denominada Gangrene, traz à memória as polémicas imagens dos confrontos que ficaram imortalizados como "Los Angeles Riots". Em 1992, Rodney King, motorista de profissão, fora espancado de forma cobarde por uns quantos polícias caucasianos da LAPD (Los Angeles Police Department). O caso deu entrada nos tribunais, saindo com a absolvição para o grupo de cops. Consequência imediata: a comunidade afro-americana invade as ruas com o intuito de descarregar em cima do povo branco.

Convém dizer também que Alchemist terá o seu segundo álbum pessoal cá fora a 7 de julho. "Chemical Warfare" conta com quinze faixas e as contribuições vocais de Kool G Rap, Jadakiss, Snoop Dogg, Evidence, Blu, Talib Kweli e Prodigy (citando só parte delas).

segunda-feira, 22 de junho de 2009

No palco com...







Na mesma noite e no mesmo local, Lisboa deu as boas-vindas a "Outros Tempos", "A Marcha" e "A Preview", os novíssimos álbuns de Xeg, Skunk e Tekilla, respectivamente. O palco da Lx Factory que recebeu a "HipHop Tuga Big Party" foi pisado por Sir Scratch, NBC, Black Mastah, Show No Love, Tamin, Vale Tudo, Kristo, Agir, The Blues Brothers e DJ G.I.Joe, para além, é claro, dos três cabeças de cartaz.
Em cima, é possível testemunhar que a plateia (que encheu o recinto) recebeu de braços abertos (e no ar) esta tripla dose de Hip Hop português, ingerida em elevadas quantidades de entrega e (muita) alegria. Os primeiros singles dos três registos dos rappers foram acompanhados na ponta da língua.

"A Preview" de Tekilla à venda

A partir de hoje as lojas nacionais contarão com a presença de "A Preview", o novo trabalho de originais de Tekilla. Por detrás das doze faixas que completam o álbum, para além do MC lisboeta, estão nomes como Madkutz, Sam the Kid, DJ Kronic, DJ Link, MAF, Conductor, entre outros. Para quem ainda não teve oportunidade de saborear as novas rimas de Tekilla, pode aproveitar o snippet exclusivo do myspace do rapper. O single "Triunfo" já se encontra disponível em poucos cliques aqui.
Se a intenção é ter mesmo o álbum em mão, e se uma ida às lojas Fnac está fora de questão, então a SóHipHop poderá dar uma ajuda.

O MC volta assim às lides discográficas cinco anos após "Tekillogia".

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Xeg "Outros Tempos"

O último álbum de Xeg, "Outros Tempos", encontra-se disponível nas montras de várias lojas espalhadas por Portugal inteiro desde 25 de Maio. Em exclusivo para o H2T, mas com acesso livre para todos aqueles que apreciam (ou não) o Hip Hop Nacional, encontra-se a minha crítica a esse mesmo trabalho:

Biofonia: Mr. J. Medeiros

Para quem toma contacto pela primeira vez com o artista um facto salta imediatamente à vista: o apelido Medeiros, que é tudo menos tipicamente americano. A história deste apelido está relacionada com a ascendência do rapper. A sua família paterna descende de açorianos que emigraram para os States.

Mr. J. Medeiros trocou a barriga da sua mãe por este mundo no dia 9 de Setembro de 1977. O parto foi realizado em Colorado Springs, nos Estados Unidos da América. A infância de Medeiros foi bastante activa pois viajou constantemente entre New England, Rhode Island e Colorado. New England teve um forte impacto na sua vida pois foi precisamente aí que o trovão do Hip Hop fez estremecer o corpo e a mente do jovem Medeiros. E porque as avós deixam-nos quase sempre uma marca indelével na nossa vida, a avó de Mr. J. não foi excepção. Ela ofereceu-lhe uma aparelhagem juntamente com uma cassete de Run DMC, tornando-se decisiva na paixão que o neto viria a desenvolver. Rica prenda!

A estreia musical de Mr. J. Medeiros deu-se quando ele tinha apenas 10 anos de idade em rádios locais mas com ele a interpretar canções de... Natal. Como um surfista se apaixona pelas ondas, Medeiros também adorou domar as ondas hertzianas. Com uma família intimamente ligada à música, era previsível que ele tendesse a seguir essas pisadas. Porém, foi no liceu que tudo começou a ficar mais claro para o pequeno Jason. Todo um mundo novo se formava diante dos seus olhos e lhe estendia a mão. O seu instinto levou-o a que ele acedesse a essa solicitação do... Hip Hop. Assim, Mr. J. tornar-se-ia DJ, MC, b-boy e com a sua crew T.S.F.K. dedicou-se ainda ao graffiti. Um amor arrebatador foi o que sentiu em relação ao Hip Hip e que o levou a experimentar todas as suas vertentes.

O enlace entre Medeiros e o Hip Hop estava consumado. Em 1998, tudo fica mais sério e Medeiros funda The Procussions, que editariam três álbuns: “As Iron Sharpens Iron”, "Up All Night” e “5 Sparrows for 2 Cents”. Medeiros partilhou o palco com gente como Run DMC, De La Soul, Common, The Roots, entre outros. Em 2007, inicia uma carreira a solo com o álbum “Of Gods and Girls”, cujos os temas “Constance” e “Keep Pace” se destacam.



A vertente social de Mr. J., apesar de estar impregnada na sua música, brota sob outras formas. Jason Medeiros já foi voluntário em várias organizações, tem um papel activo contra o abuso sexual de crianças e contra o tráfico de seres humanos. Nestes dois últimos casos, tem que se dar relevância ao single «Constance», que faz parte de “Of Gods and Girls”. A canção, que teve direito a vídeo, é um importante relato que chama a atenção para esses crimes, que parecem estar sempre em ascensão. São conhecidas ainda incursões de Medeiros a favor do meio ambiente.

Mr. J. é um artista intenso, sensível e responsável. Ele usa a arte para provocar a mudança nos outros. A sua mensagem eleva-o à categoria dos ilustres. Ele é o portador da tocha cívica, questionando todas as formas de poder instalado. Há quem o considere o último bastião do verdadeiro rap e a grande esperança para salvar o rap norte-americano. Principalmente porque as palavras de Medeiros estão pejadas de verdade, sinceridade e inspiração. No seu mais recente trabalho, o EP “The Art of Broken Glass”, Medeiros aliou-se ao conterrâneo Boonie Mayfield e com cinco temas apenas construiu uma constelação musical. Dicção segura, letras boas e instrumentais nota cinco.

A nível artístico, Medeiros está imerso em múltiplas influências e de várias modalidades da arte, desenvolvendo assim vários interesses. Junte-se a isso a já referida alargada actividade de causas sociais, onde o humanismo, o voluntariado, os direitos civis ou a protecção dos menores são mandamentos essenciais para si. Assim, a música de Medeiros transparece toda esta ambiência magnânima num misto de poeticidade que advém naturalmente do seu talento mas também das tais referências artísticas de outros quadrantes. A textura sonora arquitectada por Medeiros possui alma, tem consciência e conhecimento e procura entrelaçar-se definitivamente com todos os ouvintes que aguardam o profeta justiceiro com o poder de fazer a revolução que abranja todos. Cada canção de Mr. J. é um vislumbre de sagacidade, uma demonstração de habilidade, criatividade e carácter. Pura arte é assim a súmula de todo o trabalho artístico e social de Mr. J. Medeiros.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

À descoberta do sentimento oriental

DJ Deckstream é um daqueles indivíduos que fabrica batidas carregadíssimas de elementos jazzísticos. A abordagem melódica deste produtor japonês nos seus instrumentais assemelha-o ao compatriota Nujabes, uma das figuras de proa na produção de beats naquele continente.
Em 2007, no primeiro número de "Soundtracks", Deckstream contou com uma série de colaborações, onde predominavam nomes tão conhecidos do rap americano como DJ Premier, Pep Love, Lupe Fiasco, Talib Kweli, Bahamadia, Camp Lo ou Zion I.
Recentemente, o DJ presenteou o povo dos olhos em bico com um segundo número de "Soundtracks". O trabalho privilegia, mais uma vez, uma base instrumental que abraça a Soul e o Jazz com o Hip Hop, tendo sido toda ela posta à disposição de um leque de artistas constituído por Mos Def, N’dea Davenport, Nikki Jean, Nice & Smooth, Substantial e os Teriyaki Boys.
A participação de Mos Def em 'Life is good' é assim contada. 'Unconditional Love' contagia qualquer ouvido.

Stilla-mode é uma crew japonesa que entrou este ano nos estúdios, de onde saiu com esta "Lovexperience". O colectivo conta com as rimas de 2mo'key, o beatbox de M-oto e as batidas de Masacote. As influências destes asiáticos no processo de criação não poderia ser mais confiável: a golden era do Hip Hop dos anos 90. Gang Starr, A Tribe Called Quest e a dupla Pete Rock & CL Smooth são os primeiros nomes a serem recordados. 'Outro' continente, o mesmo sentimento.

Uma orquestra de músicos, também eles japoneses, e uma mescla de rimas provenientes do rap mais mediático do mundo. É o que encontramos em "Velvet Ballads", onde a Cradle Orchestra proporciona uma nova experiência a nomes tão portentosos como Talib Kweli, CL Smooth, O.C., Asheru, Black Thought, Aloe Blacc e Rakaa. O colectivo asiático, que inicialmente contava apenas com dois elementos, alargou para seis o grupo de músicos. Permitam-me guiar-vos nesta viagem 'So Fresh' que junta dois povos tão distintos mas, ao mesmo tempo, tão conciliáveis.

Brother Ali - Good Lord

O mais recente vídeo do rapper Brother Ali para a faixa 'Good Lord', do "The Truth Is Here EP" (produzido na sua totalidade por Ant dos Atmosphere), compôs-se com imagens capturadas numa igreja com antecedentes históricos. Foi naquele edifício, situado em Harlem, que Malcolm X (um dos mais assertivos defensores dos direitos dos negros) fora brutalmente assassinado a meio de uma das suas famosas palestras. No denominado Malcolm X and Dr. Betty Shabazz Center, protagonizou inúmeros discursos e debates com a população mais discriminada do país, com o intuito de reclamar e debater a igualdade e fraternidade sociais.

terça-feira, 16 de junho de 2009

A morte do Auto-Tune


O rapper Jay-Z tem programada para Setembro a edição do seu décimo primeiro álbum de originais, terceiro após o histórico concerto no Madison Square Garden que antecipava o término da carreira em 2003. No entanto, o emcee multi-milionário não contabilizou mais do que três anos de ausência, regressando com o lucrativo "Kingdom Come". Volvidos doze meses, o "American Gangster" registava novo sucesso comercial.
O final do verão de 2009 testemunhará então o nascimento de "The Blueprint³". O trabalho arrastará consigo temas com produção de Kanye West, Timbaland e No I.D. Este último, confeccionou a batida que origina em Jay-Z a proclamação da extinção do super-usual efeito Auto-Tune. Sendo assim, “D.O.A. (Death Of Autotune)” posiciona-se como uma oposição ao actual passatempo favorito de Kanye West.

Jake One - Home



O último trabalho (editado ainda o ano passado) de Jake One, "White Van Music", conhece agora um vídeo do single 'Home'. Com aparições de Diamond D, Note, Maneak B e Ish, a faixa, produzida pelo produtor americano, oferece à sua terra natal, Seattle, uma sincera homenagem que certamente orgulhará os vizinhos de Jake One. No álbum somos contemplados ainda com a presença de Brother Ali, M.O.P., Evidence, Alchemist, Doom, Royce Da 5'9", entre muitos outros.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Kooltuga, Praso e Links

Kooltuga continua fazendo a sua arte, desenterrando os tesouros da música nacional. "Retro-Escavador Vol.I" é o nome do seu mais recente trabalho. Podem garimpar o disco duplo através do blog de Kooltuga: http://www.retroescavador.blogspot.com/

Quem igualmente criou um blog para publicitar o seu trabalho foi Praso. "Alma&Perfil" pode ser baixado para os vossos computadores se forem a www.almaeperfil.blogspot.com
Post Scriptum: Nos últimos dias, fomos acrescentando alguns sites e blogs às nossas "Artérias". Dêem uma olhadela!

New Max na Casa da Música (28/05/2009)

A apresentação ao vivo de "Phalasolo" de New Max aconteceu no passado dia 28 de Maio, na Casa da Música. Nós estivemos lá assistindo ao concerto, onde não faltaram convidados ilustres. Podem ler o texto que fizemos para o H2T na seguinte ligação:

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Vídeo de Azagaia - Combatentes da Fortuna



Azagaia, rapper moçambicano e um dos mais brilhantes da lusofonia, tem em “Combatentes da Fortuna” um importante manifesto contra os governantes africanos. O MC moçambicano enfatiza que os políticos eram a esperança que o povo africano vislumbrava para os tirar da miséria e lhes ofertar a liberdade. Porém, após a frustração das expectativas e analisando a fria realidade, Azagaia conclui que, aqueles em quem o povo de África confiava e considerava irmãos, são afinal mais um cancro perfeitamente igual aos colonizadores. Político e interventivo, Azagaia continua a sua luta pela melhoria de Moçambique através da música, denunciando as injustiças, expondo as suas preocupações e consciencializando o seu povo. Azagaia, na senda de uma das suas maiores referências de nome José Craveirinha, constitui-se como uma figura importante na cultura moçambicana contemporânea. Este vídeo contém a particularidade de ter legendagem em inglês. Rap moçambicano em alta!

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Três novidades sonoras

Retirado do novo trabalho de Mos Def, "History" conta com novas rimas do rapper e do seu comparsa Talib Kweli, em cima de um instrumental do malogrado Jay Dilla, que até já foi anteriormente aproveitado por Skyzoo.





"Forever" também é novidade, mas neste caso de Ghostface Killah, membro da crew Wu-Tang Clan. Para o rapper, o R&B é o caminho mais viável para o novo álbum.



Sa-Ra e Erykah Badu no mesmo som só pode dar "Dirty Beauty". Para os defensores da Soul, "Nuclear Evolution: The Age of Love" é o registo que acolhe esta faixa.

Em Cartaz...

terça-feira, 9 de junho de 2009

Monstro Robot

Pior do que acordar o monstro é investi-lo de tecnologia. Pois bem, Monstro Robot já emite sinais de vida e agora a música portuguesa que se aguente à bronca. Como humanos que somos estamos agora em penitência por nos termos esquecido de anunciar oportunamente o início oficial da actividade monstro-robotizada. Como sinal de respeito por outras formas de vida que não a humana, colocamos aqui a ligação necessária para que todos os que são feitos de carne e alma possam auscultar a mensagem que estes seres nos querem transmitir. Se um monstro precisa de amigos um Monstro Robot precisa de muitos mais. Por isso, ouçam e façam o respectivo download. Valerá garantidamente a pena pois consta-se que já há por aí muitas máquinas e E.T.’s a chorar pelos cantos por não terem um álbum assim. Verdade!

Covil e posto de transmissão áudio de Monstro Robot:

Primeiro vídeo de Brooklynati

A cidade imaginária que ganha formas e contornos no último álbum do trio Tanya Morgan pode finalmente orgulhar-se de um vídeo. De toda a "Brooklynati" o single "So Damn Down" foi o primeiro representante escolhido, sendo que as palavras de Ilyas, Von Pea e Donwill nunca soaram tão animadas como neste vídeo. Divirtam-se!

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Ilegal Promo "Live On Stage"

Supremo G aka Jimmy P dará brevemente seguimento à "promoção ilegal" do seu rap e dos seus parceiros. Contando com a preciosa colaboração de DJ Deeflow e DJ Sir na concepção, esta mixtape adoptou o nome ""Live On Stage" e estará brevemente disponível para download gratuito.
Por enquanto, e para aguçar o apetite, Jimmy P e Rusty convidam-nos a ouvir a preview do projecto, que conta com um título bem sugestivo: "Let's the Music Play". Deixem tocar!

Se eles são incendiários... (Parte III)


Escaldante

Sagas passeou-se lindamente em cima do instrumental e abrilhantou sem margem para dúvidas esta mixtape. Ora rappando ora canto, quer em crioulo quer em português, Sagas mostrou a sua valia, transmitindo a maturidade e a qualidade que atingiu no seio do Hip Hop lusitano.

Logo no início, Blasph revela que a sua participação será bombástica, pelo facto de referir Médio Oriente. Só isso é meio caminho andado para se pulsar os tremores que bombas provocam e sentir-se o cheiro a queimado. Mas Blasph não faz só isso. Ou seja, construiu habilmente uma história, metendo-se na pele de um bombista. Blasph faz o relato dos momentos que antecedem a sua auto-explosão. Se o assunto da mixtape é o elogio da destruição, Blasph instituiu-se da arte e do engenho para fazer um tema que aborda a realidade dos bombistas-suicidas. É cheio de coragem, de fé, de força, que Blasph tal como qualquer bombista se entrega à sua causa, no seu caso a de rimar. E Blasph honra plenamente a sua missão, construindo seguramente algumas das melhores rimas desta mixtape.

Pródigo, tal como Blasph, artilhou-se completamente para triunfar na missão. Assumiu-se como soldado e disposto a pôr quem quer que seja “a mijar morfina”, Pródigo não tem problemas em referir que a guerra é uma paragem da racionalidade. Mais, faz questão de focar o drama das pessoas inocentes, com especial incidência no caso das crianças. Ora vítimas ora contadoras do tempo que falta para se tornarem a ignição da destruição alheia. Pródigo inteligentemente reforça a banalização da guerra, da violência, da martirização. Já se sucedem acontecimentos que não chocam porque são frequentes. O repúdio e a contestação relativamente a determinadas situações são menorizados. Já ninguém liga, ninguém se importa. Interioriza-se que é normal e que nada pode ser feito. Pródigo mete o dedo na ferida: a resolução dos conflitos faz-se pela lei da bomba. Deliciosa a visão de Pródigo que concebe que se o Diabo veste Prada, nesta moda belicista e de malfeitoria, então os Anjos já inovaram no guarda-roupa e têm seguramente os seus trapinhos a condizer com C-4. Pródigo relata uma página de tantas outras que apelida de “macabras”. E se a chuva não apaga o lume do ódio, então muitas outras regiões navegarão no “vale de lágrimas” que Pródigo vislumbra em Israel e no Líbano. Se só Blasph e Pródigo tivessem participado nesta canção ela seria automaticamente considerada a melhor de todas as que integram a mixtape. Scratch queimou-os.

Capicua foi talvez a grande surpresa desta mixtape. Num elenco onde figuram tantos nomes de proa, poucos esperariam que Capicua conseguisse alastrar muito a sua chama. Nada mais enganador! Capicua conseguiu fazer um dos melhores temas, fruto de uma grande entrega e energia no mic. A fluência e a boa-disposição que perpassa para os nossos ouvidos foram garantes importantes para nos prenderem às rimas de Capicua. A “estrófe-molotov” caiu que nem ginjas. Num ambiente de certo modo pesado e hostil, Capicua apresentou-se divertida e com isso conseguiu certamente atrair todos aqueles que ouviram a canção. Capicua veio para esta mixtape, parece-me, como alguns daqueles manifestantes vão contestar as cimeiras do G-8 ou G-20. Participou fundamentalmente para se divertir e mandar a sua “estrófe-molotov”, importando-se pouco com a causa da iniciativa. Parece-me que gozou à brava. A todos os pirómanos que não conseguem produzir os “beat-dinamite” resta-lhes a anuência e o envio dos seus ficheiros para a reciclagem, adverte Capicua. E ela se não fez a linha mais abusada (no bom sentido) da mixtape parem imediatamente de ler o que escrevo: “Já não compito o meu sonho(*) fintou o Deco”. Fantástico! A pronúncia de Capicua vinca-lhe ainda mais as suas qualidades e diferencia-a. Dá-nos “lição de pirotécnica”, sem ter que necessariamente foguear alguém em particular e sem ter que se socorrer do insulto fácil e de palavras broncas. A cena de Capicua é tão quente que em pouco tempo se percebe que é uma questão de segundos para que o alarme de incêndio ecoe na sua métrica. Deixa arder, Capi!

Se queriam que se botasse fogo, então teriam de chamar Eva. Ela não rappa, cospe lume, qual boca de dragão. Eva no final da gravação deste tema deixou por certo o microfone em brasas, assim como as orelhas de alguns ferveram! Eva mais uma vez rimou em frente ao espelho, demonstrando toda a sua apetência para a exaltação do ego e para a batalha vocabular. Sim, mais uma vez, faz-se uma viagem ao pensamento de Eva, com as mesmas doses de dureza e crueza verbal. Eva admite que está no passeio dos ilustres do rap português por já ter perpetrado ataques vocabulares mais violentos que uma qualquer chaimite de guerra. Com uma agressividade sem limites, dizima quaisquer rimadores que se lhe atravessem no caminho. Sem rival à altura nesta batalha de estilos, Eva dá-se ao luxo de sugerir a colocação de uma pausa no rap para que a consigam alcançar. E isso de “pombas na garganta” é apenas um bluff de Eva, pois o arsenal dela parece ser interminável. Eva acredita já ser um peso-pesado no Hip Hop nacional, por isso aconselha veementemente Dama Bete a encorpar as suas rimas. E se havia dúvidas, Eva esclarece: “venho só e forte para queimar os rappers da tuga”. Incendiários? Pois. Sem papas na língua, “mais quente que o fogo” e para isso nem precisa de pôr um pé na rua! Qualquer contacto com Eva é favor carregar no “rec” e dizer o que lhe vai na alma. Ela certamente responderá cuspindo lume. Ou não fosse ela Eva, a dracena de Benfica.

Conclusão:

A “Incendiários Mixtape” não trouxe a qualidade que se esperaria dado o elenco que se apresentava. Esteve longe do patamar de valia sentida noutros álbuns de rap português. A este défice, juntou-se ainda o móbil do trabalho. O formato mixtape leva sempre a que alguns mc’s ensaiem novas abordagens e apresentem uma menor exigência relativamente ao produto final. Ainda assim, houve gente que se empenhou e fez grandes rimas. Porém, em virtude da presença de alguns rappers importantes da nossa praça, aguardava-se um álbum bem mais sólido, ambicioso e fundamentalmente bem mais adulto.
(*) Onde está "sonho" deveria estar, na verdade, swing.

Se eles são incendiários... (Parte II)


Lume Brando

Nerve não conseguiu criar um tema divertido e simultaneamente corrosivo e original como já fez anteriormente. Na mixtape, nem sempre se entenderam as palavras de Nerve talvez devido a alguma falha por parte de quem tratou as questões de ordem técnica da gravação. Assim, a mensagem de Nerve ficou um tanto ou quanto nublada. Todos têm as suas canções menos boas, mas estou certo de que esta constituirá a excepção à regra, já que Nerve é um mc de inegável valor. Um dia menos bom acontece a todos.

Sir Scratch deu início ao incêndio. Na faixa de abertura, mostrou-se em boa forma, no seguimento da tarimba alcançada com o seu álbum. Nota-se a garra sempre em cada palavra jogada pela boca fora. O à-vontade a rimar em cima dos instrumentais é uma das maiores armas de Sir Scratch. A ironia e os lampejos vindos directamente do ego são uma constante na sua carreira e aqui continuam a ser sentidos. Observa-se ainda um Scratch cáustico com quem o julga com a “mania”, alvitrando que o êxito dele se resume a um par de canções. Porém, o mc não conseguiu manter a bitola elevada nas restantes canções em que participou. A colaboração com Lancelot, Bob e God G retundou em rimas fracas e desconexas, longe da consistência que nos deu a ouvir no seu primeiro álbum. A sua intervenção com NGA passou completamente despercebida. Por vezes, Sir Scratch torna-se tão abstracto que qualquer que seja a sua intenção ela acaba diluída precisamente nessa confusão de quadro de Pollock. Pelo contrário, quando o mc imprime uma maior objectividade, os seus raps adquirem logo uma maior dimensão. Completamente ao lado do alvo foram também as rimas no tema com Blasph e Pródigo. Se estes últimos elaboraram um conceito para a feitura da canção, Scratch irrompeu com rimas totalmente descabidas, fora do contexto alinhavado pelos outros dois rappers.

NGA é um workaholic no que ao rap diz respeito. Só este facto já é extremamente positivo para o rapper da Linha de Sintra. Mas há mais: NGA imprimiu bastante força às suas rimas, que funcionam sempre ou quase sempre como reflexo da sua vida. O momento mais marcante da sua interpretação é quando demonstra o seu respeito pelo rap dos antigos. NGA transmite-nos tal transparência nas suas palavras que ninguém lhe pode levar a mal que afirme que o rapper favorito dele é o que ele vê no espelho.

God G é um jovem mc com potencial que tem vindo a fazer algum buzz. Na mixtape, teve uma prestação bastante razoável, antevendo-se-lhe ainda uma boa margem de progressão para o seu rap. Estaremos atentos ao seu trabalho futuro, com certeza.

As primeiras palavras de Bob da Rage Sense nesta mixtape são duras e provocam estupefacção: “Mato o teu pequeno mito”. Visado à parte, Bob mostra-se mais agressivo do que nunca. Investe contra quem maltrata o Hip Hop, pois esses despojando-no das suas raízes e atribuem-lhe actualmente uma conotação marcadamente sexual. Por entre palavras ácidas, Bob radicaliza o seu discurso, extrapolando que a única via para a saúde do rap é acabar com um “tu” que vagabundeia na sua boca. O mc que encantou Portugal com temas marcantes, andou totalmente arredado desses momentos de glória nesta mixtape. A sua participação com Zuka é horrível. Bob entra de mal a pior na faixa, apregoando baboseiras impensáveis de se ouvir há uns tempos. Curiosamente, na colaboração com Raf Tag não se deixou influenciar pelo acompanhamento desinspiradíssimo de Raf Tag e esteve num nível aceitável. A participação de Bob nesta mixtape podia resumir-se a uma frase que ele debita com Scratch, Lancelot e God G: “complexo como explicar a cor a um cego”. De facto, é complexo entender como Bob regrediu tanto! Quando já se pensava que não haveríamos de escutar o rapper de “M.P.L.A.” eis que o encontramos junto a Sagas. Bob apetrechou-se duma mensagem positiva e apresentou-se poético, profundo, rimando com alma e sem raiva e amargura. Soube a muito pouco sentir o gosto do Bob que nos habituou a grandes interpretações.

Se eles são incendiários... (Parte I)

... eu também deito achas para a fogueira!

Já bastante se falou e escreveu sobre a “Incendiários Mixtape”. Não diria que se gastou muito latim porque essa língua agora cinge-se ao Vaticano. Também não ousaria afirmar que se desperdiçaram rios de tinta porque nos dias de hoje tudo se escreve no computador. Porém, esta mixtape teve condimentos vários que fizeram com que ela não pudesse passar despercebida. Agora que, para além das faúlhas, a poeira acentou, numa visão naturalmente pessoal, irei discorrer algumas considerações sobre este álbum. A “Incendiários Mixtape” foi colocada à venda no passado dia 1 de Abril e o Hip Hop português ficou muito mais quente e abalado pelo vulcão de rimas que entrou em erupção. Extra-música, cabeças ferveram e ocorreu um episódio nada edificante, que não abona em favor de ninguém e muito menos do Hip Hop luso. Porém, já se deveria prever – e estando nós em Portugal – que em caso de incêndio há uma crónica propensão para o perigo das explosões sondar os ateadores de serviço. Vale a pena perguntarmo-nos então sobre o que é que esta mixtape ofertou ao rap português.

Partindo de um conceito sugestivo e explorando uma imagem atraente, o melhor de “Incendiários Mixtape” é tudo aquilo que um incendiário florestal sonharia verbalizar quando as chamas brilhassem nas suas íris. O pior da mixtape é que em demasiadas vezes alguns incendiários tentaram atear um fogo em pleno dia de chuva. Ou, pelo menos, quiseram de fósforos molhados pegar fogo ao que quer que fosse. E porque a maioria das pessoas prefere saber as más notícias primeiro para depois se confortar na macieza da bonança, cá vão então as palavras azedas. Brincar com o fogo é perigoso para qualquer um mas também é sabido que quem anda à chuva molha-se, não é?


Sem Chama

Raf Tag esteve num nível glaciar. A sua participação em duas faixas era perfeitamente dispensável. Em ambas, Raf Tag não conseguiu entusiasmar. Atente-se nalgumas expressões do rapper: “o rap vai ser ardido” (???); “faz verter sangue, bebe sangue, vive para o sangue”; “não conheço ninguém, não respeito ninguém”; “usa palavrões”; “sinto-me importante, super arrogante”; “super bonito, não tenhas ilusões”. Se Raf Tag lança a acusação de que alguns “rimam sem sentido”, era engraçado perceber qual o alcance destas expressões. Não me parece que tenha granjeado um único fã nesta sua participação na “Incendiários Mixtape”. Por sua vez, QQ compôs um tema completamente escusado. E nem sei mais o que escrever sobre esta faixa, sinceramente. Brasileiro num belíssimo beat, não acrescentou nada de relevante à mixtape, sendo que rimou muito pouco tempo. Parece ter entrado para fazer número. Lancelot teve uma prestação fraca, tendo em conta o nível a que nos habituou outrora. Este mc de Odivelas já fez de longe muito melhores rimas do que as que se escutaram aqui. Esperava-se mais de Lancelot. A participação de Zuka deixou também bastante a desejar. O rapper que veio do Brasil e que o rap português adoptou relatou-nos como é viver no Catujal, mas duvido que a localidade se tenha sentido representada nas palavras de Zuka.

domingo, 7 de junho de 2009

Sanryse - M.O.D.O.S



Mais um vídeo extraído do álbum "V.I.D.A." de Sanryse. Chama-se 'M.O.D.O.S.' e traz, para além do rapper da velha escola, um dos seus habituais parceiros de luta: Bambino. O trabalho foi lançado o ano passado e continua disponível nas lojas e na SóHipHop.

Mos Def - Ecstatic



A "Ecstatic" só restarão mais dois dias de isolamento nos armazéns, pois a partir de terça-feira (9 de Junho) o disco acasalará com inúmeras prateleiras distribuídas por esse mundo fora. Levantando um pouco o véu, estes snippets são o melhor remédio contra a curiosidade.
Em baixo, a lista sequencial das faixas, assim como os seus respectivos conceptores.

Tracklist:
01) Supermagic (Oh No)
02) Twilite Speedball (Chad Hugo)
03) Auditorium (Madlib)
04) Wahid (Madlib)
05) Priority (Preservation)
06) Quiet Dog (Preservation)
07) Life In Marvelous Times (Mr. Flash)
08) The Embassy (Mr. Flash)
09) No Hay Nada Mas (Preservation)
10) Pistola (Oh No)
11) Pretty Dancer (Madlib)
12) Workers Comp (Mr. Flash)
13) Revelations (Madlib)
14) Roses (Georgia Anne Muldrow)
15) History (Jay Dilla)
16) Casa Bey (Mos Def & Preservation)

sábado, 6 de junho de 2009

Buckshot e KRS-One - Robot


Um dos registos mais ansiados dos últimos tempos já deu sinais de vida. Ao primeiro batimento foi-lhe dado o nome de 'Robot', sendo que o ar expelido dos pulmões de Buckshot e KRS-One, estimulado pela batida de Havoc, foi determinante para a concretização do mesmo. A faixa espera ser a receita perfeita para o combate às doenças que teimam em enfraquecer o Hip Hop.
O notebook de Buckshot e KRS-One foi aberto para consulta pública. O vídeo do single não tardará muito mais tempo a oferecer um visual ao áudio.

"Survival Skills" a 25 de Agosto nos escaparates.

Soul Assassins - Classical


Já aqui falamos do álbum do colectivo Soul Assassins que sairá para as lojas no dia 23 deste mês de Junho. Também já escutamos por aqui o primeiro single que sobrepôs as vozes de Sick Jacken & Evidence no instrumental de DJ Muggs. Resta agora conhecer o rosto desse mesmo som "Classical".

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Entrevista a Supremo G a.k.a. Jimmy P

Supremo G a.k.a. Jimmy P acedeu ao nosso pedido e deu-nos a possibilidade de lhe colocarmos algumas questões. Não se escapulindo a nenhuma pergunta, Jimmy revelou-se na entrevista tão hábil como a fazer rimas. Partilhou connosco alguns aspectos da sua vida, traçou objectivos e vincou que só editará um álbum a solo quando se sentir completamente apto. Da Margem Sul a França, passando pelo Porto e Angola, Jimmy P palmilha no rap lusófono um percurso que deseja que se torne marcante. Ao talento, junta-se a sinceridade.

1- A primeira pergunta é sempre a mais fácil que fazemos. Portanto, a fim de entendermos se somos bons ou maus na arte de persuadir, diz-nos: a partir do momento em que viste o nosso pedido, quanto tempo é que demoraste a aceitar a entrevista (risos)?

No vosso caso, respondi imediatamente. Às vezes demoro um pouco a responder porque não vou muitas vezes ao space. Por acaso, tiveram sorte!! Apanharam-me num bom dia (risos).

2- Nasceste na Margem Sul, estiveste uma década em França, antes do Porto te acolher e testemunhar os teus primeiros passos como MC. Qual destas zonas pode reclamar para si a maior quota-parte de importância na tua ligação com o Hip Hop?

Mas que bela pergunta!! Apesar de me sentir intimamente ligado a todas as regiões mencionadas, o tempo que vivi em França moldou definitivamente a minha maneira de estar e o meu estado de espírito relativamente ao Rap. No que diz respeito às minhas preferências de Rap, quase tudo que oiço é francês. Oiço muito pouco Rap Americano. Mas independentemente disso, sinto uma ligação muito forte à cidade do Porto. Amo esta cidade! Também tem um peso importante naquilo que faço. Quanto à Margem Sul, e especificamente o Barreiro, tem um cantinho especial cá dentro por motivos óbvios. Até à data presente só dei um concerto na Margem Sul e foi dos sítios onde fui melhor recebido.

3- Plantaste a semente da tua carreira no Hip Hop nacional com algumas participações em álbuns alheios mas grande parte da tua projecção deu-se com o projecto Crewcial. Todavia, nos últimos tempos não temos ouvido falar muito do grupo... E Afroclick, como está?

Infelizmente (ou felizmente), os meus parceiros foram viver para Angola. Considerando que a oferta de emprego para pessoas formadas cá em Portugal é escassa, tanto o Diggy como o P acabaram por ir para lá. Quanto aos restantes membros do colectivo Afroclick, a grande maioria acabou por ir também embora. No fundo, sempre foi esse o nosso desejo, acabarmos os nossos cursos e voltar à nossa terra. Como tal, fiquei eu por cá com mais alguns tropas e dei seguimento a um projecto que começamos juntos: “Ilegal Promo”.

4- Deves ter consciência de que quem aprecia a tua música há muito que anseia marcar no calendário o dia do lançamento do teu álbum a solo. Ainda teremos que tomar medicamentos para controlar a ansiedade durante muito tempo? O que podemos esperar desse registo discográfico?

(risos) Eu tenho consciência que há pessoas que estão à espera há algum tempo. Costumo receber mensagens a perguntar pelo álbum com alguma frequência. Já tive o meu álbum pronto e conforme tenho dito às pessoas, senti que ainda não estava na altura para lançar. Simplesmente porque o produto final não me agradava. Sabem, não tenho pressa nenhuma. Confesso que quero lançar um álbum, mas não pretendo que seja mais um álbum que fica a apanhar pó nas prateleiras das Fnacs e afins. Quero reunir as condições necessárias para que o meu trabalho tenha um impacto positivo no público mas, acima de tudo, quero que traga um contributo positivo ao panorama da musica lusófona. Não quero que seja "apenas" mais um álbum de Rap.

5- Há uns tempos, fomos presenteados com a “Ilegal Promo”. Que balanço fazes desta “promoção ilegal” do rap que, diga-se, disseminou-se por vários pontos de Portugal?

Honestamente, o feedback foi mesmo muito positivo. Eu não estava cá quando o trabalho ficou disponível para download. O que posso dizer é o seguinte: tendo em conta que não fizemos tudo que era possível em termos de promoção (fizemos apenas o básico), no final da segunda semana tínhamos cerca de 3.500 downloads. O pessoal passou a palavra e a cena naturalmente chegou aos ouvidos das pessoas. Quando voltei para Portugal, fui ao Algarve gravar uma cena com o Realpunch e fiquei surpreendido ao ver que em algumas zonas havia pessoas com sons da Mixtape a tocar nos telemóveis. Não esperava mesmo. Por outro lado, permitiu-me conhecer e relacionar-me com MC's cujo Rap apreciava e com quem mantenho o contacto até hoje. Acho que dentro do que era possível fazer, tendo em conta que tudo é feito às nossas custas, o balanço é extremamente positivo para todos.

6- Na tua opinião, que prós e contras vislumbras no lançamento de uma mixtape? Há actualmente, dadas as vicissitudes do mercado musical, mais vantagem em se lançar uma mixtape em detrimento de um álbum?

Bom, a meu ver, as mixtapes também são trabalhos discográficos, logo, devem ser encaradas com a mesma seriedade que se encara um álbum porque, bem ou mal, é o teu nome que vai estar associado a esse trabalho. Acredito que é uma maneira saudável de trabalhar, isto é, para os artistas se darem a conhecer. Contudo, conforme disse há pouco, tem de haver seriedade naquilo que se faz. Normalmente oiço quase tudo que se faz cá em Portugal em termos de Rap e tenho ouvido muitas mixtapes que denotam muito pouco cuidado, seriedade e profissionalismo. Quanto ao resto, parece-me que depende muito das expectativas de cada um. Vejo o álbum como algo muito pessoal, algo muito sério. Não acho que haja mais vantagens em lançar um ou outro trabalho pois acredito que álbuns e mixtapes servem propósitos diferentes.

7- Em virtude das tuas ligações a África, é natural que a música desse continente te inspire – particularmente a música angolana. Ultimamente, têm chegado aos ouvidos dos portugueses vários nomes de rappers dos países lusófonos. Sentes que esta injecção de rap da lusofonia é importante e suficiente aqui em Portugal ou deveriam todos os países lusófonos aprofundar mais esta irmandade?

Parece-me que esta "injecção", conforme lhe chamam, é extremamente salutar para todos nós. Nesta era global, não podemos viver fechados sobre nós próprios. Há que tirar proveito daquilo que os outros nos trazem de bom. Para mim, a música, e neste caso o Rap, é partilha, é o quebrar de fronteiras e acho que é isso que estamos a começar a fazer. Só temos a ganhar em ouvir artistas de outros países! Embora algumas pessoas (os ditos puritanos) queiram preservar o estado "puro" do Rap, sem os estrangeirismos, sem influências de fora. O panorama musical mostra precisamente o contrário: o Rap lusófono é extremamente heterogéneo, isto porque se alimenta de realidades, influências e vivências distintas. Devemos cultivar essa irmandade porque só temos a ganhar com isso.

8- Inseres-te numa geração de MC’s da Invicta que tem despertado um crescente optimismo e entusiasmo nos defensores do rap nacional e nortenho, em particular. Como vês, estando por dentro da comunidade, a evolução do rap no norte do país?

Pelo que tenho observado, aqui no Norte há muita gente com talento. Lembro-me que há uns anos era muito difícil alguém impor-se se não tivesse aquela sonoridade característica do Rap nortenho. Houve um tempo em que todos os MCs da New School tinham como referências os mesmos MCs e, em consequência disso, muitos acabavam por ter sonoridades parecidas. Hoje, o contexto mudou. Há MCs que apareceram com estilos muito próprios, formas de pensar e de abordar o Rap muito próprias e, consequentemente, trouxeram um Rap diferente daquilo que as pessoas estão habituadas a ouvir. Desta nova geração de MCs, destaco alguns artistas como Deau, Enigma, Caixa Toráxica, Capicua, M7, Jêpê, Bordaz, Contrabando 88 ...

9- “O Deau é, no momento, um dos melhores MC’s de Portugal”. Esta é uma afirmação tua. Privando e acompanhando o desenvolvimento de Deau, até onde poderá ele chegar no rap? (Era inevitável perguntarmos-te sobre Deau!)

(risos) Ele é, sem dúvida, dos MCs mais talentosos que eu ouvi até hoje. A meu ver, ele reúne todas as características que um MC deve ter: escreve muito bem, tem grande flow, tem musicalidade e sabe envolver o ouvinte com palavras. É importante realçar um facto: a maior parte dos MCs só consegue ter o impacto que ele teve depois de dar uma considerável parte do seu trabalho a conhecer. Ele apareceu com um som e deixou todos de boca aberta. Acho que só isso já denota que ele é um artista muito acima da média. Considerando que tenho vindo a acompanhar o trabalho dele, posso afirmar que o Deau vai ser uma das maiores referências do Rap Lusófono. Que ninguém duvide disso!

10- Para finalizarmos, o que é que te apetece destacar positiva e negativamente no Hip Hop português actual?

Positivo: a atitude empreendedora que muitos artistas, e não só, estão a ter em prol do crescimento do Hiphop. Tenho assistido à criação de Mixtapes, Labels independentes, fóruns, blogs... Tudo isto permite manter a chama acesa. Keep it up!!

Negativo: A falta de cultura que existe no seio do Rap. Muita gente resume o Hiphop ao Rap quando há tanto para descobrir. Portugal deve ser um dos únicos países onde as vertentes do Hiphop não agem de forma articulada, funcionam independentemente umas das outras.

Posto isto, quero mandar um grande props pela iniciativa!!! Continuem a fazer um bom trabalho. Um grande abraço.

Obrigado pela entrevista, Jimmy!

Por Sempei e Druco
Foto generosamente cedida pelo artista

terça-feira, 2 de junho de 2009

Documentário sobre Sam The Kid











"Dicas no Vinil" é um documentário sobre Sam The Kid que há uns tempos passou na televisão. Pormenores sobre a sua vida, a música, os amigos, o processo criativo, tudo isto e muito mais é abordado neste documentário. Uma óptima recordação para aqueles que já viram e uma excelente proposta para todos aqueles que nunca assistiram a este documentário que nos dá a conhecer mais profundamente Sam The Kid, um dos ícones do Hip Hop nacional.

Syzygy - Staff Completo

"Staff Completo" de Syzygy é o tema eleito para single da compilação «Best Off». Divirtam-se tanto a ver este vídeo quanto os protagonistas se divertiram a fazê-lo!