segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Hora de Mudança

(Este texto deveria ter saído aqui no dia 28 de Janeiro mas não sei o que se passou.)

Pois é, Cavaco Silva ganhou as eleições presidenciais à primeira volta e sucede a... Cavaco Silva! Anda toda uma juventude a perguntar-se como foi possível Cavaco ganhar de novo e andar há tantos anos na política depois do que tem feito...

A política no rap português nunca foi um dos temas dominantes. Com excepção de alguns excelentes exemplos (não vale a pena nomear pois todos sabem quem são) que tomam partido ou não se envergonham de manifestar as suas simpatias e influências políticas, são muito poucos os que abordam esta problemática. O que é uma pena, principalmente quando vemos na América – a nossa maior influência no rap, não é? – tantos rappers e grupos assumidamente empenhados em trazer à liça as suas preocupações e denúncias.

Eu penso que o aspecto essencial do rap português estar afastado das causas da coisa pública (Res Publica) se deve a questões de natureza cultural e mais particularmente a factores de maturidade. Apesar do tempo que levamos em democracia, apesar dos anos em que o rap vigora em Portugal, nunca fomos muito de ligar à política, o que revela a tal imaturidade porque o Homem é um ser político, desenvolve ideias, faz escolhas... A política é central nas nossas vidas, quer queiramos ou não, quer nos interesse ou não. Daí que eu considere importante que os rappers explorem ainda mais essa faceta, ainda para mais no contexto de crise social em que vivemos presentemente no país.

Tal como na canção de Bob da Rage Sense “Hora de Mudança”, que dá título a este texto, julgo ser da mais elementar importância que nos sintonizemos colectivamente para mudar o estado de coisas, independentemente das diferenças que possamos todos ter. Portugal não vai bem e sendo o Hip Hop, neste país, um movimento predominantemente feito por jovens, ou seja, serão eles o futuro desta nação, é bom que tratemos das diligências necessárias o quanto antes para em conjunto mudarmos para melhor. Esta é a minha última participação no WCW, com a rubrica “Beef is Dead”. O nome desta rubrica não poderia vir mais a propósito: acabem com as zangas dentro deste movimento e zanguem-se a sério com aqueles que realmente lixam a vossa vida! (Obrigado Mário pela oportunidade, muita sorte e felicidades com o teu projecto!).

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