Recentemente Valete verteu na net um som chamado “Vampiris”. Ao que parece, alguém despertou no MC de “Educação Visual” o seu lado vampiro e a resposta consumou-se. O Valete das linhas duras que batem nos ouvidos dos outros rappers como murros de Muhammad Ali não é seguramente o que me mais me fascina no ícone de Benfica, mas deveria ser facilmente reconhecível, por qualquer um, que neste tipo de rap ele não dá muitas chances a mais ninguém de brilhar. O próprio Valete já afirmou que sentia em muitos dos seus ouvintes uma predilecção por outras modalidades presentes no seu texto, mas que apesar de tudo conservaria sempre esta sua faceta de boxeur verbal. Mas o ponto mais interessante, para mim, deste tema do Víris é a sua referência (pedido?) aos estímulos positivos que (não) lhe passam. Sendo esta uma faixa profundamente atacante, Valete, como confessa, deu uma resposta criativa a quem o “atiçava”, em sentido pejorativo. Mas o que é que de positivo atiçará Valete?
Bem, antes de mais, certamente serão os seus fãs. É esclarecedora a legião que tem e isso é um incentivo muito especial para qualquer artista, que quer naturalmente que o seu trabalho seja apreciado. Depois, a qualidade do nosso rap há-de inspirar Valete, mas creio que não serão muitos os rapistas a cair-lhe no goto. Tudo porque o próprio tem colocado o rap nacional num patamar elevadíssimo. Ou seja, se Valete atingiu determinado nível, muito provavelmente só se identificará com os pares que o acompanham na subida da escadaria rimática. Daí que não me surpreenda que Valete tanto soletre “Hip Hop Lusófono”. Daí que não me choque que Valete vá actuar em Angola e receba um banho de multidão e de amor. Faz todo o sentido falar de lusofonia, pois é todo um amplo espaço que existe, pleno de possibilidades. Tudo bem que todos os portugueses andam ansiosos com a hipótese de verem uma sua actuação ao vivo cá e se sentem de algum modo traídos pelo Víris ter ido a Angola. Mas compreende-se o porquê de Valete ter ido ao país de Agostinho Neto. Como se compreenderia se Valete tivesse ido ao Brasil. É que são países de grande dimensão cultural e com movimentos Hip Hop muito fortes e estimulantes, em termos de dinâmica e criatividade. E são lugares onde o rapper é idolatrado. Assim não se pode estranhar que Valete se sinta motivado e entusiasmado em actuar em Angola onde o público o recebeu como uma estrela e o acompanhou em cada palavra durante o concerto. Ora, isto é algo verdadeiramente portentoso para um artista. O que quero transmitir com isto é que Valete já tem uma dimensão que há muito extravasou as nossas fronteiras e é normal que ele se veja através dessa realidade e que dela queira retirar dividendos para a sua experiência humana e artística. Não se pode condenar Valete por querer vivenciar isso.
Concluindo, dizerem que não gostam do trabalho de Valete é perfeitamente legítimo. Algo completamente diferente é não lhe reconhecerem valor. Portanto, cuidado aí com os pescoços que os dentes andam bem afiados e um estímulo mal direccionado pode fazer correr muito líquido vermelho. Ah, a marcha dos 10 mil homens (e mulheres!) vai a caminho. Um desafio e uma motivação à Valete, não?
Bem, antes de mais, certamente serão os seus fãs. É esclarecedora a legião que tem e isso é um incentivo muito especial para qualquer artista, que quer naturalmente que o seu trabalho seja apreciado. Depois, a qualidade do nosso rap há-de inspirar Valete, mas creio que não serão muitos os rapistas a cair-lhe no goto. Tudo porque o próprio tem colocado o rap nacional num patamar elevadíssimo. Ou seja, se Valete atingiu determinado nível, muito provavelmente só se identificará com os pares que o acompanham na subida da escadaria rimática. Daí que não me surpreenda que Valete tanto soletre “Hip Hop Lusófono”. Daí que não me choque que Valete vá actuar em Angola e receba um banho de multidão e de amor. Faz todo o sentido falar de lusofonia, pois é todo um amplo espaço que existe, pleno de possibilidades. Tudo bem que todos os portugueses andam ansiosos com a hipótese de verem uma sua actuação ao vivo cá e se sentem de algum modo traídos pelo Víris ter ido a Angola. Mas compreende-se o porquê de Valete ter ido ao país de Agostinho Neto. Como se compreenderia se Valete tivesse ido ao Brasil. É que são países de grande dimensão cultural e com movimentos Hip Hop muito fortes e estimulantes, em termos de dinâmica e criatividade. E são lugares onde o rapper é idolatrado. Assim não se pode estranhar que Valete se sinta motivado e entusiasmado em actuar em Angola onde o público o recebeu como uma estrela e o acompanhou em cada palavra durante o concerto. Ora, isto é algo verdadeiramente portentoso para um artista. O que quero transmitir com isto é que Valete já tem uma dimensão que há muito extravasou as nossas fronteiras e é normal que ele se veja através dessa realidade e que dela queira retirar dividendos para a sua experiência humana e artística. Não se pode condenar Valete por querer vivenciar isso.
Concluindo, dizerem que não gostam do trabalho de Valete é perfeitamente legítimo. Algo completamente diferente é não lhe reconhecerem valor. Portanto, cuidado aí com os pescoços que os dentes andam bem afiados e um estímulo mal direccionado pode fazer correr muito líquido vermelho. Ah, a marcha dos 10 mil homens (e mulheres!) vai a caminho. Um desafio e uma motivação à Valete, não?
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