Como nasce o nome deste álbum? Quem é Marcos Robert?
Bem, o nome nasce da paixão que tenho pela América Latina, das revoltas populares e das grandes revoluções que fizeram história, Marcos somos todos, é uma metafora inspirada no partido zapatista Mexicano (EZLN), que tem muitos significados, como por exemplo: Um gay em São Francisco, um homem negro no Apartheid, um jornalista sem portfolio, um escritor sem meios pra editar as suas obras e etc. São basicamente todos aqueles que pertencem a uma minoria excluída...
Este é um álbum cheio de colaborações. Quem destaca? E com quem gostava um dia de trabalhar?
Este foi o álbum que me deu mais prazer trabalhar, tudo aquilo que visualisei concretizou-se, desde a produção musical e artística às participações fortes que ele traz, como o New Max, Sam the kid, Sir Scratch, Dino, Tamin, Laton, Dj Scotch RAF TAG e etc. Não faço destaques porque na minha opinião todos estiveram muito bem. E quanto a futuras participações gostaria muito de trabalhar com pessoas que me inspiram a escrever e a fazer música, como o Chico Buarque, Manuela Azevedo (Clã) e muitos mais nomes nacionais e internacionais.
O álbum foi lançado no dia 11 de Novembro, dia da Independência de Angola. O dia não foi escolhido ao acaso, pois não? Porque escolheu esse dia?
O dia foi escolhido de propósito, tendo em conta que eu nunca acreditei que Angola fosse realmente independente e cada álbum que gravo serve como um veículo de libertação, para quem sonha com a verdadeira democracia em Angola e não só.
Quais as diferenças face ao álbum anterior?
Já tenho dois álbuns editados antes deste: "Bobinagem" e "MPLA (Menos Pão, Luz e Água)". E cada álbum traz um registo musical diferente, desde a composição lírica à parte instrumental. O "Bobinagem" é um álbum mais virado para o meio hip hop (foi eleito o melhor álbum independente em 2004), e no "MPLA" ja se nota um discurso muito mais abrangente e mais melodia nas músicas, mais refrões cantados. A diferença que o "Diários de Marcos Robert" traz é o meu lado mais orgânico, tenho o João Cabrita nos sopros (saxofone, trompete e etc), tenho o João Gomes (Cool Hipnoise e Orelha negra) nas teclas. Isto é algo que nunca tinha feito antes, chamar músicos para tocar nas faixas.
O seu pai era grande admirador do Bob Marley. É verdade? Foi daí que veio o seu nome?
Sim, o meu pai era grande fã de Bob Marley, viu-o duas vezes ao vivo nos anos 70, era mesmo fanático, por isso me chamo Robert (Bob).
Em que é que isso o influenciou, em termos musicais?
Tudo o que sou e faço pela arte é consequência da música do Bob Marley, as letras dele fizeram-me ganhar uma outra perspectiva sobre o mundo e as sociedades, a crença na paz e no amor são factores muito importantes para sobreviver nesta selva de betão. Quem conhece os meus trabalhos sabe que a flosofia é igual à do Bob: paz, amor e união.
O tema “Nunca estiveste na minha pele” fez-me querer perguntar-lhe... Pode dar-me exemplos de situações concretas, reais, em que sentiu o racismo na pele?
Esse tema não retrata propriamente situações que vivi baseadas em racismo ou algo parecido. Trata-se do medo que as pessoas têm daquilo que desconhecem. Eu nasci e cresci em Luanda, Angola, e quando cheguei cá e comecei a ter alguma "ascenção" no hip hop "Tuga" senti que muitas pessoas desenvolviam sentimentos estranhos em relação a mim, sentimentos de ódio e inveja em relação ao meu trabalho, já ouvi mesmo coisas como "Vem esse gajo de Angola a querer ocupar o nosso lugar"... Não havia lugares marcados quando cheguei cá e consegui encontrar o meu também. Já vivi situações tristes cá como nunca tinha vivido quando estava em Angola mas pronto, como disse o meu mano Mc K "uma gota de sucesso, um oceano de rivais". E esta letra é sem dúvida a minha favorita do álbum, senti-me bem depois de a ter gravado, senti-me aliviado.
Em que é que se inspira para escrever?
Bem, o nome nasce da paixão que tenho pela América Latina, das revoltas populares e das grandes revoluções que fizeram história, Marcos somos todos, é uma metafora inspirada no partido zapatista Mexicano (EZLN), que tem muitos significados, como por exemplo: Um gay em São Francisco, um homem negro no Apartheid, um jornalista sem portfolio, um escritor sem meios pra editar as suas obras e etc. São basicamente todos aqueles que pertencem a uma minoria excluída...
Este é um álbum cheio de colaborações. Quem destaca? E com quem gostava um dia de trabalhar?
Este foi o álbum que me deu mais prazer trabalhar, tudo aquilo que visualisei concretizou-se, desde a produção musical e artística às participações fortes que ele traz, como o New Max, Sam the kid, Sir Scratch, Dino, Tamin, Laton, Dj Scotch RAF TAG e etc. Não faço destaques porque na minha opinião todos estiveram muito bem. E quanto a futuras participações gostaria muito de trabalhar com pessoas que me inspiram a escrever e a fazer música, como o Chico Buarque, Manuela Azevedo (Clã) e muitos mais nomes nacionais e internacionais.
O álbum foi lançado no dia 11 de Novembro, dia da Independência de Angola. O dia não foi escolhido ao acaso, pois não? Porque escolheu esse dia?
O dia foi escolhido de propósito, tendo em conta que eu nunca acreditei que Angola fosse realmente independente e cada álbum que gravo serve como um veículo de libertação, para quem sonha com a verdadeira democracia em Angola e não só.
Quais as diferenças face ao álbum anterior?
Já tenho dois álbuns editados antes deste: "Bobinagem" e "MPLA (Menos Pão, Luz e Água)". E cada álbum traz um registo musical diferente, desde a composição lírica à parte instrumental. O "Bobinagem" é um álbum mais virado para o meio hip hop (foi eleito o melhor álbum independente em 2004), e no "MPLA" ja se nota um discurso muito mais abrangente e mais melodia nas músicas, mais refrões cantados. A diferença que o "Diários de Marcos Robert" traz é o meu lado mais orgânico, tenho o João Cabrita nos sopros (saxofone, trompete e etc), tenho o João Gomes (Cool Hipnoise e Orelha negra) nas teclas. Isto é algo que nunca tinha feito antes, chamar músicos para tocar nas faixas.
O seu pai era grande admirador do Bob Marley. É verdade? Foi daí que veio o seu nome?
Sim, o meu pai era grande fã de Bob Marley, viu-o duas vezes ao vivo nos anos 70, era mesmo fanático, por isso me chamo Robert (Bob).
Em que é que isso o influenciou, em termos musicais?
Tudo o que sou e faço pela arte é consequência da música do Bob Marley, as letras dele fizeram-me ganhar uma outra perspectiva sobre o mundo e as sociedades, a crença na paz e no amor são factores muito importantes para sobreviver nesta selva de betão. Quem conhece os meus trabalhos sabe que a flosofia é igual à do Bob: paz, amor e união.
O tema “Nunca estiveste na minha pele” fez-me querer perguntar-lhe... Pode dar-me exemplos de situações concretas, reais, em que sentiu o racismo na pele?
Esse tema não retrata propriamente situações que vivi baseadas em racismo ou algo parecido. Trata-se do medo que as pessoas têm daquilo que desconhecem. Eu nasci e cresci em Luanda, Angola, e quando cheguei cá e comecei a ter alguma "ascenção" no hip hop "Tuga" senti que muitas pessoas desenvolviam sentimentos estranhos em relação a mim, sentimentos de ódio e inveja em relação ao meu trabalho, já ouvi mesmo coisas como "Vem esse gajo de Angola a querer ocupar o nosso lugar"... Não havia lugares marcados quando cheguei cá e consegui encontrar o meu também. Já vivi situações tristes cá como nunca tinha vivido quando estava em Angola mas pronto, como disse o meu mano Mc K "uma gota de sucesso, um oceano de rivais". E esta letra é sem dúvida a minha favorita do álbum, senti-me bem depois de a ter gravado, senti-me aliviado.
Em que é que se inspira para escrever?
Inspiro-me em tudo, leio muitos livros, vejo muitos filmes e documentários, inspiro-me no quotidiano, política, Bob Marley, Rage Against the Machine, Common Sense, Chico Buarque de Hollanda, Vinicius de Morais, John Lennon, Jim Morrison, Pink floyd e muito mais...
Considera-se um político da música?
Considera-se um político da música?
Eu considero-me uma pessoa politizada que quer apresentar os seus pontos de vista de forma escrita e cantada. A política faz parte de tudo o que nos rodeia por isso não nos podemos dissociar dela, sou político sim, mas mais um ser humano que se importa com tudo que está mal.
Escolha três palavras para definir o álbum. E três para o definir a si...
Escolha três palavras para definir o álbum. E três para o definir a si...
Álbum: Ritmo, Arte e Poesia. Eu: Humanista, objectivo e verdadeiro.
Foto: David Francisco
Foto: David Francisco
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