Dizerem-nos que um grupo clássico de rap como Beatnuts vem ao Porto, é o mesmo que dizerem a uma criança que a Euro Disney lhe vem ter a casa: o contentamento não tem limites! Acrescente-se à brincadeira a distinta qualidade nacional representada por Dealema, mais o promissor Auge e ainda as cinco estrelas como marca registada do freestyle de Deau e temos um super deleite musical pela frente, qual criança embevecida a criar histórias com alguns dos seus brinquedos predilectos.
Mais uma ficha, mais uma volta. Ou seja, novo cartaz interessante, mais um retorno ao Hard Club, no Porto. Começamos a habituar-nos a ver na Invicta nomes cimeiros e históricos do rap mundial. As festas acontecem agora com mais frequência (Masta Ace e Marco Polo estiveram cá nem um mês fez ainda) e o hábito de peregrinar ao mítico espaço portuense faz-se de muito bom grado.
A hora de entrada, desta vez, fez-se mais tarde, quase perto das 3h. Quando entramos já Auge estava em posição para se esgueirar para o palco, a fim de dar início ao espectáculo. Deau foi o apresentador e era com um freestyle que dava o mote para as tropas aplaudirem os artistas. Acompanhado de D-One, Auge tirou da cartola temas novos de um futuro álbum (ainda sem data de lançamento) com que presenteou a plateia tripeira como “Sonho”, tendo ainda a companhia de Deau e a certa altura de Alpha na guitarra. “Crónica Paixão Fula” aqueceu as almas presentes, porém, e tal como seria de esperar, o seu grande momento da noite foi quando interpretou “Mambo”. Auge iniciou bem a noite, com uma prestação bastante positiva, pese embora a dificuldade de agarrar com temas novos uma plateia ainda algo frouxa.
Os corações batem mais forte quando o colectivo dealemático se presta a rebentar colunas de som, a encaixar molas nos pés de toda a malta, a quebrar pescoços mais ou menos duros, a colocar mãos apontadas ao céu. Não importa quantas vezes se veja Dealema ao vivo. Cada noite é especial e única. Há sempre uma vivência nova que se adquire. Abrindo o livro de tantas páginas clássicas, Maze, Fuse, Expeão, Mundo, sempre acompanhados por DJ Guze, proporcionaram sorrisos e abraços às almas que ali quiseram espreitar pela janela do paraíso. D’«A Cena Toda» à «Família Malícia», da «Bófiafobia» à «Sala 101», a viagem pela discografia dealemática fez-se pelas passagens mais desejadas e a correspondência das dezenas de devotos na plateia esteve efervescente como de costume. Até mesmo, ou melhor, sobretudo na última paragem do alinhamento: a inesperada «Infiéis (Ninguém Teme)». Dealema é uma banda nacional que nada fica a dever a congéneres estrangeiras no que a qualidade e adoração diz respeito. Sempre muito fortes, sempre a manter os bons velhos valores do Hip Hop na ordem do dia.
Deau foi improvisando até a dupla The Beatnuts entrar em cena, tendo até arrancado de alguns dos presentes junto ao palco parte da letra de “Lamento” em acappela. JuJu e Psycho Les apareceram discretamente diante do público do Hard Club já passava das 5h30 da matina. Ainda havia energia para o bailado rítmico da dupla latina-americana? Apesar de algum esvaziamento da sala, a resposta é nim. Não é todos os dias que se pode ver ao vivo Beatnuts, mas a hora a que iniciaram a actuação e o natural desgaste causado pela frenética presença Dealemática esfriou a temperatura do espaço. Contudo, parte da plateia mantinha-se bem acordada, até porque, nem que já fosse dia (a claridade já coloria as janelas da sala 1 do Hard Club), via-se de bom grado a actuação de um dos duos mais importantes da História do rap de terras do Tio Sam.
As razões para esse “sacríficio” são bastantes claras: poder ouvir «Do You Believe», «Get Funky», «Duck Season», «No Escapin This», «We Got The Funk», «Watch Out Now», eram motivos de sobra para se pôr palitos nos olhos, limpar bem os ouvidos, agarrarmos-nos à deusa (na melhor das hipóteses!) ao nosso lado para não cairmos e ficar-se colado naquele palco. É certo que a hora tardia e consequente cansaço geral tiraram um pouco do ambiente que se esperaria mais quente, mas dadas as circunstâncias foi, sem dúvida, uma excelente experiência assistir ao vivo a um concerto de Beatnuts. Quanto a JuJu e Psycho Les, pode-se dizer que começaram algo mornos (eles próprios sentiram o resfriar na pele) mas foram sempre tentando agitar a festa com um cardápio sonoro que tinha tudo para ser melhor degustado servido umas horas antes.
Em resumo, foi mais uma boa noite. Houve música de qualidade, freestyle, as pessoas divertiram-se, o ambiente esteve animado... Se algo se podia pedir era que tivesse começado um pouco mais cedo, mas há sempre situações que não se podem controlar, além de que este hábito já está bem enraizado, é cultural mesmo. Mais uma vez, agradecemos à Versus por continuar a organizar estas festas e a trazer a Portugal grandes nomes da cena rap americana, realizando os nossos sonhos de menino (ou nem tanto) de vê-los ao vivo.
Mais uma ficha, mais uma volta. Ou seja, novo cartaz interessante, mais um retorno ao Hard Club, no Porto. Começamos a habituar-nos a ver na Invicta nomes cimeiros e históricos do rap mundial. As festas acontecem agora com mais frequência (Masta Ace e Marco Polo estiveram cá nem um mês fez ainda) e o hábito de peregrinar ao mítico espaço portuense faz-se de muito bom grado.
A hora de entrada, desta vez, fez-se mais tarde, quase perto das 3h. Quando entramos já Auge estava em posição para se esgueirar para o palco, a fim de dar início ao espectáculo. Deau foi o apresentador e era com um freestyle que dava o mote para as tropas aplaudirem os artistas. Acompanhado de D-One, Auge tirou da cartola temas novos de um futuro álbum (ainda sem data de lançamento) com que presenteou a plateia tripeira como “Sonho”, tendo ainda a companhia de Deau e a certa altura de Alpha na guitarra. “Crónica Paixão Fula” aqueceu as almas presentes, porém, e tal como seria de esperar, o seu grande momento da noite foi quando interpretou “Mambo”. Auge iniciou bem a noite, com uma prestação bastante positiva, pese embora a dificuldade de agarrar com temas novos uma plateia ainda algo frouxa.
Os corações batem mais forte quando o colectivo dealemático se presta a rebentar colunas de som, a encaixar molas nos pés de toda a malta, a quebrar pescoços mais ou menos duros, a colocar mãos apontadas ao céu. Não importa quantas vezes se veja Dealema ao vivo. Cada noite é especial e única. Há sempre uma vivência nova que se adquire. Abrindo o livro de tantas páginas clássicas, Maze, Fuse, Expeão, Mundo, sempre acompanhados por DJ Guze, proporcionaram sorrisos e abraços às almas que ali quiseram espreitar pela janela do paraíso. D’«A Cena Toda» à «Família Malícia», da «Bófiafobia» à «Sala 101», a viagem pela discografia dealemática fez-se pelas passagens mais desejadas e a correspondência das dezenas de devotos na plateia esteve efervescente como de costume. Até mesmo, ou melhor, sobretudo na última paragem do alinhamento: a inesperada «Infiéis (Ninguém Teme)». Dealema é uma banda nacional que nada fica a dever a congéneres estrangeiras no que a qualidade e adoração diz respeito. Sempre muito fortes, sempre a manter os bons velhos valores do Hip Hop na ordem do dia.
Deau foi improvisando até a dupla The Beatnuts entrar em cena, tendo até arrancado de alguns dos presentes junto ao palco parte da letra de “Lamento” em acappela. JuJu e Psycho Les apareceram discretamente diante do público do Hard Club já passava das 5h30 da matina. Ainda havia energia para o bailado rítmico da dupla latina-americana? Apesar de algum esvaziamento da sala, a resposta é nim. Não é todos os dias que se pode ver ao vivo Beatnuts, mas a hora a que iniciaram a actuação e o natural desgaste causado pela frenética presença Dealemática esfriou a temperatura do espaço. Contudo, parte da plateia mantinha-se bem acordada, até porque, nem que já fosse dia (a claridade já coloria as janelas da sala 1 do Hard Club), via-se de bom grado a actuação de um dos duos mais importantes da História do rap de terras do Tio Sam.
As razões para esse “sacríficio” são bastantes claras: poder ouvir «Do You Believe», «Get Funky», «Duck Season», «No Escapin This», «We Got The Funk», «Watch Out Now», eram motivos de sobra para se pôr palitos nos olhos, limpar bem os ouvidos, agarrarmos-nos à deusa (na melhor das hipóteses!) ao nosso lado para não cairmos e ficar-se colado naquele palco. É certo que a hora tardia e consequente cansaço geral tiraram um pouco do ambiente que se esperaria mais quente, mas dadas as circunstâncias foi, sem dúvida, uma excelente experiência assistir ao vivo a um concerto de Beatnuts. Quanto a JuJu e Psycho Les, pode-se dizer que começaram algo mornos (eles próprios sentiram o resfriar na pele) mas foram sempre tentando agitar a festa com um cardápio sonoro que tinha tudo para ser melhor degustado servido umas horas antes.
Em resumo, foi mais uma boa noite. Houve música de qualidade, freestyle, as pessoas divertiram-se, o ambiente esteve animado... Se algo se podia pedir era que tivesse começado um pouco mais cedo, mas há sempre situações que não se podem controlar, além de que este hábito já está bem enraizado, é cultural mesmo. Mais uma vez, agradecemos à Versus por continuar a organizar estas festas e a trazer a Portugal grandes nomes da cena rap americana, realizando os nossos sonhos de menino (ou nem tanto) de vê-los ao vivo.
Foi brutaal! DLM NA PUTA DA CASA!
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