domingo, 7 de junho de 2009

Mos Def - Ecstatic



A "Ecstatic" só restarão mais dois dias de isolamento nos armazéns, pois a partir de terça-feira (9 de Junho) o disco acasalará com inúmeras prateleiras distribuídas por esse mundo fora. Levantando um pouco o véu, estes snippets são o melhor remédio contra a curiosidade.
Em baixo, a lista sequencial das faixas, assim como os seus respectivos conceptores.

Tracklist:
01) Supermagic (Oh No)
02) Twilite Speedball (Chad Hugo)
03) Auditorium (Madlib)
04) Wahid (Madlib)
05) Priority (Preservation)
06) Quiet Dog (Preservation)
07) Life In Marvelous Times (Mr. Flash)
08) The Embassy (Mr. Flash)
09) No Hay Nada Mas (Preservation)
10) Pistola (Oh No)
11) Pretty Dancer (Madlib)
12) Workers Comp (Mr. Flash)
13) Revelations (Madlib)
14) Roses (Georgia Anne Muldrow)
15) History (Jay Dilla)
16) Casa Bey (Mos Def & Preservation)

sábado, 6 de junho de 2009

Buckshot e KRS-One - Robot


Um dos registos mais ansiados dos últimos tempos já deu sinais de vida. Ao primeiro batimento foi-lhe dado o nome de 'Robot', sendo que o ar expelido dos pulmões de Buckshot e KRS-One, estimulado pela batida de Havoc, foi determinante para a concretização do mesmo. A faixa espera ser a receita perfeita para o combate às doenças que teimam em enfraquecer o Hip Hop.
O notebook de Buckshot e KRS-One foi aberto para consulta pública. O vídeo do single não tardará muito mais tempo a oferecer um visual ao áudio.

"Survival Skills" a 25 de Agosto nos escaparates.

Soul Assassins - Classical


Já aqui falamos do álbum do colectivo Soul Assassins que sairá para as lojas no dia 23 deste mês de Junho. Também já escutamos por aqui o primeiro single que sobrepôs as vozes de Sick Jacken & Evidence no instrumental de DJ Muggs. Resta agora conhecer o rosto desse mesmo som "Classical".

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Entrevista a Supremo G a.k.a. Jimmy P

Supremo G a.k.a. Jimmy P acedeu ao nosso pedido e deu-nos a possibilidade de lhe colocarmos algumas questões. Não se escapulindo a nenhuma pergunta, Jimmy revelou-se na entrevista tão hábil como a fazer rimas. Partilhou connosco alguns aspectos da sua vida, traçou objectivos e vincou que só editará um álbum a solo quando se sentir completamente apto. Da Margem Sul a França, passando pelo Porto e Angola, Jimmy P palmilha no rap lusófono um percurso que deseja que se torne marcante. Ao talento, junta-se a sinceridade.

1- A primeira pergunta é sempre a mais fácil que fazemos. Portanto, a fim de entendermos se somos bons ou maus na arte de persuadir, diz-nos: a partir do momento em que viste o nosso pedido, quanto tempo é que demoraste a aceitar a entrevista (risos)?

No vosso caso, respondi imediatamente. Às vezes demoro um pouco a responder porque não vou muitas vezes ao space. Por acaso, tiveram sorte!! Apanharam-me num bom dia (risos).

2- Nasceste na Margem Sul, estiveste uma década em França, antes do Porto te acolher e testemunhar os teus primeiros passos como MC. Qual destas zonas pode reclamar para si a maior quota-parte de importância na tua ligação com o Hip Hop?

Mas que bela pergunta!! Apesar de me sentir intimamente ligado a todas as regiões mencionadas, o tempo que vivi em França moldou definitivamente a minha maneira de estar e o meu estado de espírito relativamente ao Rap. No que diz respeito às minhas preferências de Rap, quase tudo que oiço é francês. Oiço muito pouco Rap Americano. Mas independentemente disso, sinto uma ligação muito forte à cidade do Porto. Amo esta cidade! Também tem um peso importante naquilo que faço. Quanto à Margem Sul, e especificamente o Barreiro, tem um cantinho especial cá dentro por motivos óbvios. Até à data presente só dei um concerto na Margem Sul e foi dos sítios onde fui melhor recebido.

3- Plantaste a semente da tua carreira no Hip Hop nacional com algumas participações em álbuns alheios mas grande parte da tua projecção deu-se com o projecto Crewcial. Todavia, nos últimos tempos não temos ouvido falar muito do grupo... E Afroclick, como está?

Infelizmente (ou felizmente), os meus parceiros foram viver para Angola. Considerando que a oferta de emprego para pessoas formadas cá em Portugal é escassa, tanto o Diggy como o P acabaram por ir para lá. Quanto aos restantes membros do colectivo Afroclick, a grande maioria acabou por ir também embora. No fundo, sempre foi esse o nosso desejo, acabarmos os nossos cursos e voltar à nossa terra. Como tal, fiquei eu por cá com mais alguns tropas e dei seguimento a um projecto que começamos juntos: “Ilegal Promo”.

4- Deves ter consciência de que quem aprecia a tua música há muito que anseia marcar no calendário o dia do lançamento do teu álbum a solo. Ainda teremos que tomar medicamentos para controlar a ansiedade durante muito tempo? O que podemos esperar desse registo discográfico?

(risos) Eu tenho consciência que há pessoas que estão à espera há algum tempo. Costumo receber mensagens a perguntar pelo álbum com alguma frequência. Já tive o meu álbum pronto e conforme tenho dito às pessoas, senti que ainda não estava na altura para lançar. Simplesmente porque o produto final não me agradava. Sabem, não tenho pressa nenhuma. Confesso que quero lançar um álbum, mas não pretendo que seja mais um álbum que fica a apanhar pó nas prateleiras das Fnacs e afins. Quero reunir as condições necessárias para que o meu trabalho tenha um impacto positivo no público mas, acima de tudo, quero que traga um contributo positivo ao panorama da musica lusófona. Não quero que seja "apenas" mais um álbum de Rap.

5- Há uns tempos, fomos presenteados com a “Ilegal Promo”. Que balanço fazes desta “promoção ilegal” do rap que, diga-se, disseminou-se por vários pontos de Portugal?

Honestamente, o feedback foi mesmo muito positivo. Eu não estava cá quando o trabalho ficou disponível para download. O que posso dizer é o seguinte: tendo em conta que não fizemos tudo que era possível em termos de promoção (fizemos apenas o básico), no final da segunda semana tínhamos cerca de 3.500 downloads. O pessoal passou a palavra e a cena naturalmente chegou aos ouvidos das pessoas. Quando voltei para Portugal, fui ao Algarve gravar uma cena com o Realpunch e fiquei surpreendido ao ver que em algumas zonas havia pessoas com sons da Mixtape a tocar nos telemóveis. Não esperava mesmo. Por outro lado, permitiu-me conhecer e relacionar-me com MC's cujo Rap apreciava e com quem mantenho o contacto até hoje. Acho que dentro do que era possível fazer, tendo em conta que tudo é feito às nossas custas, o balanço é extremamente positivo para todos.

6- Na tua opinião, que prós e contras vislumbras no lançamento de uma mixtape? Há actualmente, dadas as vicissitudes do mercado musical, mais vantagem em se lançar uma mixtape em detrimento de um álbum?

Bom, a meu ver, as mixtapes também são trabalhos discográficos, logo, devem ser encaradas com a mesma seriedade que se encara um álbum porque, bem ou mal, é o teu nome que vai estar associado a esse trabalho. Acredito que é uma maneira saudável de trabalhar, isto é, para os artistas se darem a conhecer. Contudo, conforme disse há pouco, tem de haver seriedade naquilo que se faz. Normalmente oiço quase tudo que se faz cá em Portugal em termos de Rap e tenho ouvido muitas mixtapes que denotam muito pouco cuidado, seriedade e profissionalismo. Quanto ao resto, parece-me que depende muito das expectativas de cada um. Vejo o álbum como algo muito pessoal, algo muito sério. Não acho que haja mais vantagens em lançar um ou outro trabalho pois acredito que álbuns e mixtapes servem propósitos diferentes.

7- Em virtude das tuas ligações a África, é natural que a música desse continente te inspire – particularmente a música angolana. Ultimamente, têm chegado aos ouvidos dos portugueses vários nomes de rappers dos países lusófonos. Sentes que esta injecção de rap da lusofonia é importante e suficiente aqui em Portugal ou deveriam todos os países lusófonos aprofundar mais esta irmandade?

Parece-me que esta "injecção", conforme lhe chamam, é extremamente salutar para todos nós. Nesta era global, não podemos viver fechados sobre nós próprios. Há que tirar proveito daquilo que os outros nos trazem de bom. Para mim, a música, e neste caso o Rap, é partilha, é o quebrar de fronteiras e acho que é isso que estamos a começar a fazer. Só temos a ganhar em ouvir artistas de outros países! Embora algumas pessoas (os ditos puritanos) queiram preservar o estado "puro" do Rap, sem os estrangeirismos, sem influências de fora. O panorama musical mostra precisamente o contrário: o Rap lusófono é extremamente heterogéneo, isto porque se alimenta de realidades, influências e vivências distintas. Devemos cultivar essa irmandade porque só temos a ganhar com isso.

8- Inseres-te numa geração de MC’s da Invicta que tem despertado um crescente optimismo e entusiasmo nos defensores do rap nacional e nortenho, em particular. Como vês, estando por dentro da comunidade, a evolução do rap no norte do país?

Pelo que tenho observado, aqui no Norte há muita gente com talento. Lembro-me que há uns anos era muito difícil alguém impor-se se não tivesse aquela sonoridade característica do Rap nortenho. Houve um tempo em que todos os MCs da New School tinham como referências os mesmos MCs e, em consequência disso, muitos acabavam por ter sonoridades parecidas. Hoje, o contexto mudou. Há MCs que apareceram com estilos muito próprios, formas de pensar e de abordar o Rap muito próprias e, consequentemente, trouxeram um Rap diferente daquilo que as pessoas estão habituadas a ouvir. Desta nova geração de MCs, destaco alguns artistas como Deau, Enigma, Caixa Toráxica, Capicua, M7, Jêpê, Bordaz, Contrabando 88 ...

9- “O Deau é, no momento, um dos melhores MC’s de Portugal”. Esta é uma afirmação tua. Privando e acompanhando o desenvolvimento de Deau, até onde poderá ele chegar no rap? (Era inevitável perguntarmos-te sobre Deau!)

(risos) Ele é, sem dúvida, dos MCs mais talentosos que eu ouvi até hoje. A meu ver, ele reúne todas as características que um MC deve ter: escreve muito bem, tem grande flow, tem musicalidade e sabe envolver o ouvinte com palavras. É importante realçar um facto: a maior parte dos MCs só consegue ter o impacto que ele teve depois de dar uma considerável parte do seu trabalho a conhecer. Ele apareceu com um som e deixou todos de boca aberta. Acho que só isso já denota que ele é um artista muito acima da média. Considerando que tenho vindo a acompanhar o trabalho dele, posso afirmar que o Deau vai ser uma das maiores referências do Rap Lusófono. Que ninguém duvide disso!

10- Para finalizarmos, o que é que te apetece destacar positiva e negativamente no Hip Hop português actual?

Positivo: a atitude empreendedora que muitos artistas, e não só, estão a ter em prol do crescimento do Hiphop. Tenho assistido à criação de Mixtapes, Labels independentes, fóruns, blogs... Tudo isto permite manter a chama acesa. Keep it up!!

Negativo: A falta de cultura que existe no seio do Rap. Muita gente resume o Hiphop ao Rap quando há tanto para descobrir. Portugal deve ser um dos únicos países onde as vertentes do Hiphop não agem de forma articulada, funcionam independentemente umas das outras.

Posto isto, quero mandar um grande props pela iniciativa!!! Continuem a fazer um bom trabalho. Um grande abraço.

Obrigado pela entrevista, Jimmy!

Por Sempei e Druco
Foto generosamente cedida pelo artista

terça-feira, 2 de junho de 2009

Documentário sobre Sam The Kid











"Dicas no Vinil" é um documentário sobre Sam The Kid que há uns tempos passou na televisão. Pormenores sobre a sua vida, a música, os amigos, o processo criativo, tudo isto e muito mais é abordado neste documentário. Uma óptima recordação para aqueles que já viram e uma excelente proposta para todos aqueles que nunca assistiram a este documentário que nos dá a conhecer mais profundamente Sam The Kid, um dos ícones do Hip Hop nacional.

Syzygy - Staff Completo

"Staff Completo" de Syzygy é o tema eleito para single da compilação «Best Off». Divirtam-se tanto a ver este vídeo quanto os protagonistas se divertiram a fazê-lo!

sábado, 30 de maio de 2009

Tona - Street Dreams

Novo vídeo do canadiano Tona "Street Dreams" com participação de Ayah. Este som fez parte da mixtape "Numberz", editada o ano passado, embora o rapper se vire agora para o futuro. Mais concretamente para o próximo mês de Junho, quando "Direct Deposit ", álbum de cooperação com o produtor Lyve, ver a luz do dia. Skyzoo, Saukrates, T.R.A.C.K.S. e Tenisha serão algumas das aparições no mic.

Biofonia: General D

General D – nome artístico de Sérgio Matsinhe – nasceu em Moçambique, na antiga Lourenço Marques que conta hoje com a designação de Maputo. Saiu do ventre de sua mãe no dia 28 de Outubro de 1971, experimentando a potência das suas cordas vocais pela primeira vez neste mundo. Quando sorvia há dois anos apenas os perfumes do país da marrabenta, a sua família decidiu viajar para Portugal. Assim, foi nos arredores de Lisboa, capital portuguesa, que o pequeno Sérgio Matsinhe cresceu. A sua juventude foi bastante activa. Na escola, a performance de Matsinhe foi francamente boa. A aptidão escolar estendeu-se ao desporto, constando-se que coleccionou algumas meritórias distinções no atletismo.

A sua sede por África levou-o a vasculhar as suas origens. Ao interesse e à inspiração que lhe provinha dos costumes africanos, General D acrescentou-lhe o ritmo e a essência do rap. Nele encontrou uma forma de se exprimir individualmente mas também era um veículo privilegiado para afirmar a sua africanidade. As preocupações de ordem social e política iriam conduzi-lo ao vínculo com movimentos ligados aos direitos das minorias e ao racismo, sendo inclusive candidato a deputado para o Parlamento Europeu pelo antigo partido “Política XXI”.

Nos alvores da década de 90, General D é já um dos grandes dinamizadores e pioneiros, pois claro, do rap em solo luso. Em 1990, organiza mesmo o primeiro festival de rap em Portugal. Tal acontecimento teve lugar na “Incrível Almadense”, na cidade do Cristo-Rei. De entre o leque de convidados para este evento destacaram-se Black Company, African Power e o próprio General D. Em 1993, tornar-se-ia o primeiro rapper nacional a assinar um contrato discográfico. General D afiliou-se à EMI-Valentim de Carvalho. Passado um ano, saía o EP “Portukkkal é um Erro”. Devido à novidade e ao carácter explícito das letras, Portugal recebeu mal o trabalho do artista. Todavia, a implantação do rap em Portugal estava feita e o nome de General D figuraria para sempre no livro de honra do rap em Portugal, em virtude do seu pioneirismo. O abalo que General D provocou extravasou mesmo as fronteiras de Portugal.



Em 1995, General D inicia um périplo de concertos cujos momentos altos foram a actuação no Festival Imperial, na cerimónia de entrega dos prémios do ainda jornal “Blitz” e na Festa do Avante. Ainda nesse ano, é editado o seu álbum “Pé na Tchôn, Karapinha na Céu”, gravado por General D & Os Karapinhas, contando com a produção de Jonathan Miller. Derivando pela pop e pelos sons afro, o rap de General D foi agora bem recebido pela crítica, particularmente o tema “Black Magic Woman”. Com África sempre no pensamento, a música de General D obrigatoriamente teria de emanar essa estética continental, como se cada nota musical contivesse os sabores e exalasse os cheiros de África. Deste modo, tornava-se claro que o rapper pretendia partir do tambor africano até ao rap. Afro-rap, naturalmente. O ano de 95 foi de tal forma fértil para General D que ainda teve tempo para participar com os temas “Intro”, “Olhar para Dentro” e “Timor” no álbum «Timor Livre». Disco este que foi resultado de um espectáculo no Centro Cultural de Belém em que se prestou tributo e se demonstrou solidariedade em relação ao povo timorense.


Chegou 1997 e General D, após concertos dados dentro e fora de portas, edita “Kanimambo”, cuja produção esteve a cargo de Joe Fossard. Daqui para a frente as aparições de General D foram esporádicas. Participações com Ithaka (“Erase the Slate of Hate”), com Fernando Cunha, membro dos Delfins, (“Pensamento Circular”), e nas colectâneas “Sons de Todas as Cores” e “Onda Sonora”. Foi tudo o que General D nos deu a ouvir. Não sei se se retirou definitivamente, se está a fazer uma longa pausa ou sequer se pensa regressar ao rap. O que sei é que é uma pena que não se tenha mais ouvido falar dele.



General D afirmou em várias entrevistas que não gostava que lhe colocassem o rótulo de pai do rap português. Tal recusa devia-se ao facto de General D pretender que o movimento, que dava os primeiros passos no nosso país, fosse unido. Assim, recusava liminarmente hierarquias, preferindo que se sentisse um clima de “irmandade” – palavra usada pelo próprio General D. Precursor, activista do movimento, General D deu-nos uma óptima lição sobre como viver a música. Pela africanidade que tanto prezava, nada melhor do que lhe agradecer em Ronga, idioma originário de Maputo: Kanimambo (obrigado) General D!

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Anotem no calendário

Novo Vídeo de Skunk com Black Mastah



Primeiro vídeo extraído do novíssimo disco de Skunk "Marcha". Neste single denominado 'Medicina Musical' Black Mastah é o doutor de serviço. O álbum, que marca a estreia da SoHipHop nas edições, sai para as ruas a 8 de Junho e conta, para além do irmão de NBC, com participações do próprio Kacetado, Xeg, Sir Scratch, Tamin, Wordsworth, Capicua, entre outros.
Entretanto, podem entrar no myspace de Skunk e conhecer outros dois sons do LP ou encomenda-lo na sua totalidade por aqui.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

O que Maio nos oferece(u) Parte III

Indubitavelmente um dos álbuns mais aguardados, discutidos, ouvidos e comentados do ano. A 19 deste mês, Method Man e Redman voltaram ao "Blackout" com uma renovada dose de criatividade e irreverência. As dezassete batidas que marcam o compasso do álbum provêm de quinze produtores distintos. Keith Murray, Saukrates, Bun B, Erick Sermon, Raekwon e Ghostface Killah são algumas das vozes de "Blackout! 2". Uma das faixas mais sublinhadas no registo tem sido 'Four Minutes to Lock Down'.

Também no décimo nono dia de Maio Guru lançou o seu quarto trabalho com selo 7 Grand. Segundo o MC, o Hip Hop contemporâneo escassa em autenticidade, característica que abunda em "Guru 8.0 Lost & Found". Sobre produção exclusiva de Solar, as rimas de Guru auto-definem-se um upgrade a um rap cada vez menos real. Para quem está à espera de um álbum na mesma linha da série "Jazzmatazz" desengane-se, pois Guru já partiu para outra.

Killah Priest tem editado pelo menos um disco por ano, 2009 não será excepção. As rimas do rapper começaram a brilhar ao lado das de Wu-Tang Clan, tornando-o mesmo um dos afiliados mais convincentes. "The Exorcist" foi totalmente cozinhado por DJ Woool e conta com linhas carregadas de elementos espirituais, filosóficos e políticos. Para além do rapper, as participações vocais extendem-se a Victorious e Able (Quinto Soul). Uma das faixas ouve-se aqui.

Roc C é um emcee underground que até nem reúne grande consenso. Apesar disso, surge agora com mais um LP onde metade dos créditos são da responsabilidade do produtor NeMo aka IMAKEMADBEATS. Portanto, todos os instrumentais pertencem a NeMo, enquanto que o rapper partilha o mic com Rakaa Iriscience, Rapper Big Pooh, Wildchild, Prince Po, entre outros. O primeiro vídeo de "The Transcontinental" foi para 'Wont' Fall'.

O quinto trabalho de Superstar Quamallah conta apenas com sete dias de rua mas tem atraído bastante atenção do público de rap. Não sendo uma Super Estrela, este "Invisible Man" chuta para canto o mainstream, centrando todo o seu jogo no Hip Hop dos anos 90. Este é, pois, um álbum com muito amor à camisola. Temos as batidas suadas de jazz e soul e as que marcam o compasso ao estilo boom-bap. Esta é apenas uma peça de um dos puzzles mais completos do ano, certamente.

Tal como Wu-Tang Clan, Sandpeople é dos colectivos mais numerosos que o Hip Hop conheceu. Embora bem menos mediáticos, os dez elementos do grupo têm revelado uma vitalidade que pressagia uma carreira tão produtiva quanto consistente. "Long Story, Short…" é apenas mais um daqueles grandes passos no terreno que este grupo de Portland teima em galgar. Com um multi-instrumentalista e produtor de potentes beats (que também é emcee), Sapient, os Sandpeople conduzem o rap a uma nova experiência. O single "Hate Aside" é um exemplo disso mesmo.

O canadiano Moka Only é um dos mais dinâmicos e incansáveis artistas de há uma década para cá. Pertenceu ao grupo Swollen Members antes de fazer carreira a solo, tendo reunido cerca de trinta LP's até ao momento. O último, "Lowdown Suite 2…The Box", é considerado por alguma crítica um dos melhores registos do rapper/produtor. Bootie Brown (de Pharcyde), Kissey Asplund e PSY são os contributos no microfone, sendo que todas as batidas tem nacionalidade canadiana. Aqui está uma delas.


Outros Lançamentos:
Rapper Big Pooh - Delightful Bars: North American Pie Version
All in Together Now Raw: A Tribute to Ol' Dirty Bastard
Haystak - The Natural II
Prodigy - Ultimate P
Busta Rhymes - Back On My B.S.
Slaine - The White Man is the Devil, Volume 1
Scratch - Loss 4 Wordz
Kanye West And Malik Yusef Present G.O.O.D Morning G.O.O.D Night

terça-feira, 26 de maio de 2009

O que Maio nos oferece(u) Parte II

Abstract Rude surge como novo no seu último LP."Rejuvenation" assim o sugere. Pese embora o 'velho' Abstract Rude encher as medidas a muita boa gente. O rapper entrou na cena há quinze anos, fazendo parte de vários grupos como a A-Team (com Aceyalone) e os Haiku D'Etat (ao lado de Aceyalone e Myka 9). Estes dois últimos emprestam as vozes neste álbum, tal como Busdriver, Sahtyre e Alpha MC. Diamond D empresta umas batidas...

Com "Brand New Bein" Sadat X antecipa-se ao seu parceiro do trio Brand Nubian, Grand Puba, que só no próximo mês verá o seu novo menino cá fora. Com beats originários de um só produtor, no caso DJ JS-One, este segundo trabalho de Sadat X em meio ano conta com artilharia pesada: KRS-One, Buckshot, CL Smooth, Razhel, Craig G e Lord Jamar. Os nomes são bons, as rimas também costumam ser. Teoricamente estão reunidos ingredientes suficientes para o tornar um clássico... na práctica.

"Think Green" é o sugestivo título do segundo disco de Phil The Agony. A sua preocupação com o ambiente está agora materializada em formato digital, ou não fosse o membro dos Strong Arm Steady um real defensor do mesmo. A reciclagem, educação, a erva e as energias alternativas são tópicos obrigatórios nas rimas do rapper (e na capa reciclada do álbum), sendo que o caminho deste LP é mesmo a via verde. Talib Kweli, Jean Grae, Planet Asia, Krondon, Chace Infinite e Blaq Toven defendem no mic a conservação do verde. As hostes foram abertas aqui..

Excelente produtor, trabalhador nato e com a mente repleta de ideias. É assim Oddisee, será "Mental Liberation" o reflexo disso. Com mais uma dúzia de batidas provenientes do seu jogo de mãos, este trabalho a solo no que toca à produção, tem no mic vários nomes cintilantes: Kenn Starr, J-Live, Black Milk, Rapper Big Pooh, Finale, MED e Trek Life são os mais sonantes. A intenção do álbum será conduzir quem o ouve à afirmação que intitula a primeira faixa: 'Hip Hop's Cool Again'.

Como colectivo, os Living Legends têm funcionado eficazmente. Mas a hipótese de cada um dos seus elementos se recriar a solo tem sido, no mínimo, apelativa. É o que acontece com o rapper, DJ e produtor Bicasso. Só pela capa do disco diria que está ali material do bom que, respeitando uma outra era, vem trazer uma sonoridade bem Fresh (não fosse o nome do DJ que o produziu). Mas como as aparências às vezes enganam, Bicasso reuniu soldados bem conhecidos para esta REBELution, tais como, Murs, The Grouch, Zion I e Saafir. O nome do álbum até é um pouco mais discreto, "Rebel Musiq", mas os padrões do mesmo não fogem a essa ideologia. 'The Town' como preview parece-me bem.

O trio de emcees composto por Von Pea, Donwill e Ilyas leva-nos a uma cidade imaginária através de "Brooklynati" pela Interdependent Media. Este colectivo com nome feminino (Tanya Morgan) vive no seu próprio mundo, tendo progressivamente angariado novos 'habitantes' desde o primeiro LP "Moonlighting". As leis eles próprios criaram, sem restrições ou desigualdades. Nesta cidade onde elementos das terras de origem de cada um (Brooklyn e Cincinnati) se complementam entre si, estão igualmente registados outros nomes, entre eles, Phonte, Blu, Carlitta Durand, Piakhan e Peter Hadar. "Brooklynati" está pronta a ser explorada.