sábado, 19 de setembro de 2009

Mixtape Poesia Invicta (Crítica)

O nevoeiro sobre o Rio Douro é tão costumeiro e cerrado que se torna difícil, por vezes, a contemplação por entre as suas malhas. Mas há gente que enceta formas de o fazer desmobilizar para que se aprecie a paisagem vedada. Fisko muniu-se de garbo e num sopro de amor à cultura Hip Hop fez levantar parte do fumo húmido que paira sobre alguma da música rap que se faz a Norte. Artistas que se misturam com o granito e que a camuflagem de brumas condena a passarem despercebidos. Mas uma vez revelados, são nomes que reclamam a sua hora nos fios do tempo. A obra de alguns deles será objecto de coroação mas independentemente disso fica a convicção de que a Poesia é para sempre Invicta porque de igual modo é invicta a determinação.

Esclarece-se aos nossos ouvidos uma característica que atravessa toda a mixtape “Poesia Invicta”. Mais do que o sotaque tripeiro, assalta-nos aqui um surto de insaciabilidade em todos os mc’s. Famintos, esgrimem argumentos técnicos e líricos, procurando passar boa impressão. Regra geral, conseguiram-no. Reuniu-se em “Poesia Invicta” um naipe de mc’s que embora jovens já apresentam competência e uma dinâmica verbal de assinalar.

Na sua participação, Age evidencia uma grande vontade de rimar e de dar um ênfase especial às palavras expelidas. Com “Mata-Mata!”, engendrou uma sátira aos rappers que nascem e crescem como cogumelos na floresta do Hip Hop, sem medo de que lhe possa servir a carapuça. Tomou as rédeas da responsabilidade, vestiu o seu fato de Super-MC e ei-lo a declarar aberta a caça aos rappers desajeitados. Age fez amizade com a agressividade, a ironia e a comicidade e essa aliança convergiu no tal plano de mover um cerrado ataque verbal aos traidores da essência HipHopiana. Talvez Age ainda não tenha total propriedade para se imiscuir de microfone em punho no papel de caçador mas ressalve-se a sua intenção.

Duplo Sentido aposta no fim do sono, apropriando-se de garra e de escorreitos flows para endereçar um aviso aos que circulam nos meandros da indústria musical. De “Acorda!” emergem versos que bem poderiam servir como slogan da mixtape “Poesia Invicta”: «Naquilo que faço sou invicto/ Não há equívoco/ Pois na Invicta o bom produto é típico». Prestação francamente boa de DiOr e GaLaRt que comprovam o carácter especial da inventividade: «Ideias são gotas cintilantes no meu caderno».

“Instante com Decibélicos” é um tema que dada a má prestação do grupo se torna numa dolorosa morosidade que aflige os nossos canais auditivos. O flow é estranho, o que torna difícil a compreensão do que dizem. Existiu pouca sensibilidade da parte deles, na medida em que desprezaram a fácil captação da mensagem por parte dos ouvintes, apostando antes na técnica de cuspir. O produto final redonda numa rajada de rimas muitas vezes imperceptível. Escutar esta faixa de Decibélicos é um exercício penoso.

Se há nítidas dificuldades em Decibélicos, Domínio Verbal, pelo contrário, faz jus ao nome. “Estado Zen” é uma canção que traduz o estilo da sua verbalização, pois diria que o flow apresentado é certinho, balanceado com pausas em conformidade com a batida. Mais do que mero exibicionismo de competência técnica, Domínio Verbal explica a sua motivação para o rap, as experiências daí decorrentes e a visão externa sobre os elementos do grupo e o fenómeno musical. Namorando com a música, há aqui uma aposta em jogar-se simples e o resultado demonstra que se almeja a pretendida qualidade.

Guerreiro é mais um rapper ávido que se dá a conhecer na mixtape. Cheio de apetite pelas rimas, ele está pronto para deglutir o que quer que seja, assim parece. “Escuta com Atenção Mano” é um carril autobiográfico puro e duro. Situações menos agradáveis da sua vida são exibidas sem pudores: «Dizem que um homem não chora/ Por isso é que eu rimo às escondidas». Este som é um desabafo que transparece uma enorme revolta pessoal de alguém que carrega o mundo às costas. Se não nos apetece muitas vezes ouvir os problemas pessoais de alguém, neste caso, gaba-se a coragem de Guerreiro que se expõe tão abertamente.

O single da mixtape é uma cortesia de Poker (Spitz e Noura) com a participação de Sky. Percebe-se que “Mantém a Barra” detém estatuto de ponta-de-lança pois é uma canção com qualidade, com um clima de celebração e de união, que ali é promovido e estimulado. A voz doce de Sky, o flow cool, seguro, harmónico, são reveladores da maturidade desta artista que se move também nos domínios da Soul e do R&B, onde se sente igualmente como golfinho na água. Spitz com o seu sotaque cerrado aperta, por certo, o microfone com a mesma intensidade e dispara rimas direitas ao coração de quem é tripeiro: «O espaço que nos separa/ É em pistas que nos une». Noura segue a tónica da cara-metade de Poker e revela o óbvio para qualquer portuense de gema: «Tudo nesta Invicta me inspira a escrita». Os acontecimentos das suas vidas misturam-se com o Hip Hop e elas acentuam a importância que isso teve na união delas mesmas. «Nós temos o Porto unido/ Mantém a Barra»!

A letra “R” bem podia prenunciar a palavra “revelação” dirigida a estes dois rappers. Refiro-me a Realista e a Roke. Realista apresenta o tema “Poesia Invicta” onde derrama a sua história no rap, os seus sonhos, receios, etc. Prodece ainda a uma vincada homenagem a Fisko, organizador da mixtape. «Um amor, uma mente, um ano», refere Realista, que contou com uma participação muito positiva. Por sua vez, Roke possui um flow sui generis, inflamado de paixão e calor. Sente-se que não poupa no sentimento que transmite. Tal como Realista, é um mc com potencial que poderá confirmar a esperança que nele se deposita para o rap quando tiver mais cadernos preenchidos com rimas.

Som Mudo investe com “Ponto de Fuga” numa reflexão sobre a vida e seus tópicos basilares. É um som que se destaca dos restantes pela sua carga introspectiva e mais elaborada. A abordagem a que Som Mudo recorre, obriga-nos, pelo carácter profundo, a ouvir o tema mais do que uma vez para o interpretarmos fielmente. A repetição é algo que se faz com absoluto prazer, esclareça-se. Som Mudo faz-nos sentir como os convidados especiais da canção. Provavelmente, “Ponto de Fuga” é o tema mais proeminente da mixtape. Há uma marca de maturidade acentuada em Som Mudo e a qualidade existe a rodos. Sobretudo, apraz-me a carga poética por eles incutida. Dizzy e Vírus Mental fazem acreditar que por detrás da neblina há uma boa nova à espreita. E todos nós queremos ver esse sol a brilhar!

Vadio é um mc sem papas na língua, que nos garante que a “publicidade é o processo para alcançar e garantir o sucesso”. Adopta uma posição de escárnio em relação ao próprio movimento: «Yo yo, nigga não sei quê/ És gangsta mas a rimar é o que se vê». “Temática” é uma faixa que aponta para a real filosofia do Hip Hop, com Vadio a sublinhar com traço grosso que o conteúdo deve ser mais importante do que o aspecto. Ele tem garra e se a isso acrescentar a persistência teremos aqui um rapper que se dedicará certamente à (re)descoberta da essência desta cultura nos seus projectos vindouros.

W.R.O.N.G compôs para a mixtape o tema “Poesia”. Começa por situar as suas origens e focar o crescimento do número de praticantes deste movimento na Invicta. Com uma boa margem de progressão, demonstra talento e habilidade, para além duma grande vontade em morder deliciosas rimas. Chega a debitar, durante a sua interpretação, nomes de grupos de rap do Norte que são suas influências e uma constante presença nos seus ouvidos. Ficamos com o todo o interesse à espera de mais novidade de W.R.O.N.G.

A mixtape “Poesia Invicta” é como uma cave escura e humilde que alberga castas que se pode pensar como segredos bem guardados. Após a prova das 11 amostras, o nosso palato toma contacto com a textura de irreverência e jovialidade presente em Vadio, deliciando-se ao mesmo tempo com a intensidade e maturidade de Som Mudo; enlevamo-nos com o aroma frutado de Poker e Sky que se entrecruza com a sobriedade de Domínio Verbal, Realista e W.R.O.N.G.; as papilas gustativas dilatam com o ardor de Guerreiro e de Roke e com a efervescência de Age e só o travo de Decibélicos faz minguar esse festival de bom gosto que acontece na nossa boca. Em resumo, “Poesia Invicta” embriaga-nos pela variedade de gamas aqui presentes e que surpreendem porque eram desconhecidas, na maior parte dos casos. Sobretudo, estão aqui colheitas que o tempo poderá amadurecer na tal cave, acrescentando-lhes uma maior qualidade e tornando-as válidas e atraentes para os consumidores. Para mim, desta amostra, há já dois néctares com excelentes propriedades e com um bom grau de maturação: Sky e Som Mudo. O balanço é positivo, brinde-se à mixtape e ao projecto “Poesia Invicta”!

19 comentários:

  1. Boas

    Obrigado pela crítica positiva,esqueceram-se apenas de dar relevo ao contributo da voz fantástica de Marta Dias. ;)
    Continuação de um optimo trabalho.

    Um Abraço
    Som Mudo

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  2. Têm razão! Numa próxima oportunidade tenho de fazer isso sem falta! :D

    Abraço.

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  3. Com o devido respeito por todo e qualquer tipo de opinião so temos agradecer a crítica.

    Obrigado e continuação.


    Decibélicos

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  4. Na boa, Decibélicos. É uma singela opinião e ela só tem o valor que lhe quiserem atribuir.

    Boa sorte para os projectos futuros.

    Abraço.

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  5. Obrigado pelas palavras positivas e pela força
    Abraço, Realista

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  6. Uma crítica bem construída e sentida de cá.

    São todos imensamente grandes, para mim. Desde Age, Decibélicos, até a Poker, Vadio, etc etc...
    Foi uma pena não se interessar mais pessoal na realização da mixtape. É uma prova de que o "ser real" é cada vez mais raro nesta vila e o fazer por amor, principalmente, vai-se desvanecendo.

    Sem estas 12 bandas não haveria a "pica" que hoje sinto no desenrolar deste projecto.
    Agradeço imenso as palavras proferidas ao projecto e, quem sabe, ainda nos encontramos para o ano, noutro post semelhante.

    Um fiel obrigado a todos os seguidores.
    Fisko

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  7. Ainda bem que curtiste a crítica, Fisko.

    Percebo o teu desabafo sobre mais pessoal não ter entrado na mixtape...

    Seria óptimo que para o ano houvesse mais novidades da Poesia Invicta. Esperaremos com todo o interesse, claro.

    Continua com "pica", Fisko! :)

    Grande abraço, Fisko e Realista.

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  8. Nao concordo Com os comentários a esta critica ...
    Ora bem , para começar só consegui Sentir mesmo o som do Wrong, onde é uma musica com sentimento e bem construida :) para mim a melhor faixa da mixtape ... Tem o auge e As poker que se safaram... Mas de resto acho que foi encher chourisos...

    Nao quero deitar abaixo o trabalho de ninguem, é apenas uma critica ...

    E o facto de nao ter entrado mais pessoal foi tambem pelo facto de tarem muitos em tempos de férias ... mas tambem a procura por mcs com qualidade no norte nao deve ter sido muito grande :)

    de resto tenho a dizer que espero que para o ano , que se estiverem a pensar repetir, façam algo com valor, do inicio ao fim ;)

    Ser real nao é entrar em todos os projectos que aparecem... nao passa por ai ... e julgares Mcs por isso acho muito mal :)

    abraço

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  9. E vamos falar por falar...

    Se isto fosse um chatroom, falaria e falaria até acabar o tráfego (seria mesmo muita coisa a dizer, mesmo xD )

    A cena da "procura de mcs com qualidade" partiu-me todo rapaz...

    O fisko bem falou com artistas como Enigma, Cálculo, Kayn e Cooper, Poeta de Rua,...
    Mas serve a vós, críticos sobre críticas construtivas, imaginar um "poço escuro" e nele esconder lá tudo o que é bom sobre algo, mostrando só os erros e defeitos.

    Já se diz por aí, "Eu já tive a tua idade"...

    Comecem a ter atitude, acima de tudo.
    Não construam o que vêm à vossa maneira...

    É verdade, a Língua correcta é "Couriços".

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  10. Engraçado de facto...

    Agora quer dizer que eu nao sou livre de me exprimir, ora quer dizer que se a critica nao for boa voces nunca a vao aceitar totalmente.

    E na lingua correcta esse teu comentário foi tambem para encher chouriços... porque couriços nao sei o que significa, tens de me trazer o teu dicionário... Acima de tudo nao sou apenas um critico, sou adepto de boa música, e tambem faço por tentar criar boa musica ;)

    Voces levam as criticas ao extremo, quando no fundo só disse o que achava... eu cunheço o realista, os Ds, as poker, o wrong, muita gente que entrou na mixtape eu cunheço, mas isso nao faz com que mude a minha opiniao ... Há que saber separar as coisas :) e ser sincero.

    Atitude? que atitude foi a tua? Criticas-te o meu comentário nao o a critica a mixtape . fico a pensar qual será a tua atitude nesse ponto :)

    abraço

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  11. Pessoal, tenham calma, não se desrespeitem, mantenham a elevação :)

    Cada um é livre de ter a sua opinião e neste blog podem expressá-la livremente. Agradecemos todos os comentários. Pedimos apenas que não se descambe para a linguagem grosseira e insultos infantis.

    Anónimo I, tudo bem que só sentiste Wrong, Poker e Auge. É a tua opinião e aceito-a. Prezamos aqui a honestidade de quem comenta. Eu fiz a minha análise à mixtape e acho que a Sky e Som Mudo foram os que tiveram melhor desempenho. Estes, para mim, são já certezas. Quanto ao resto, uns estiveram melhores do que outros, mas no fundo estão praticamente todos a iniciar os seus percursos no rap! Logo, não se pode ser tão exigente assim com eles como se tem de ser com alguém que já tem álbuns editados e que já anda nisto há muitos anos. Julgo que a maior parte do pessoal que entrou na mixtape é bastante jovem, revelou potencial, mas claro que agora só o tempo pode confirmar essas promessas em certezas.

    Outro ponto, é que isto é uma mixtape e não tem de haver uma tão grande exigência como aconteceria com um álbum, que tem de ser algo mais pensado e elaborado. Trata-se apenas, julgo eu, duma questão de sensibilidade neste caso. Ou se dá o benefício da dúvida e se encoraja todo este pessoal que se meteu nesta aventura, ou então ouvimos sempre os mesmos do costume. Tão simples quanto isso. Houve gente que mostrou potencial, isso é ponto assente. Agora isto é apenas uma amostra do seu trabalho. Só o que se seguirá, os seus trabalhos futuros, a obra de cada um deles, confirmará se são mais-valias para o nosso rap ou não.

    Não se zanguem. A discussão é sempre boa e saudável mas dentro de determinados parâmetros. Se vocês se põem a insultar mutuamente e a fazer reparos mesquinhos isso só traz descrédito.

    Estejam à vontade para comentar, nós agradecemos todos os pontos de vista, mas façam-no com elevação ;)

    Cumprimentos a ambos :)

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  12. Relativamente à resposta do comentário, acho que "julgar" o trabalho dos outros é imensamente difícil.
    Há que ver determinados vertices, olhar por determinados lados.
    Qual o lado mais importante, que revele uma maior atenção?
    Aí reside a opinião de cada um...

    E penso que opinar com frases como "o resto foi só encher chouriços" é um ponto muito escuro, sujando muito até a própria auto-estima dos artistas.

    O grande objectivo da mixtape foi apenas o divulgar num estado mais puro.
    E acredita "Anónimo I", trabalho como este não é pêra fácil. ;)

    Relativamente ao assunto sobre a "procura de mcs com qualidade", e aí eu tenho uma idéia muito resumida: Que "graça" tinha divulgar, por exemplo, Mundo, Berna, B27, por exemplo?

    De facto falei com diversos artistas e cabe a eles decidir se entram ou não num determinado projecto, como é óbvio.

    Não estou aqui para julgar alguém sobre o que diz, sobre o que idealiza, nem tão pouco para discutir sobre temas que nem merecem 10% do tempo gasto. Só não atirem pedras a projectos como o em causa, nem imaginam o trabalho que dá. :D


    Cumprimentos cordeais
    Fisko

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  13. Fisko, mano para começar se é contigo que estou a debater, tem atenção a uma pequena coisa, eu nao tou a deitar o trabalho de ninguem abaixo e sei bem o trabalho que dá criar uma mixtape e conseguir as participaçoes que pensamos... Mas eu nao disse para falar com o mundo, berna ou mesmo o barrako, tambem ja nao falavas de certeza... lol
    Acho que os artistas que entram é que teem de se empenhar em fazer bom som ;) é uma mixtape que mereçe que para o ano se de mais valor, até porque eu sou do Norte e quero ver a gera daqui a partir tudo ;)

    Nunca foi minha intenção julgar o trabalho de ninguem, quando disse encher chouriços foi mais na parte de ouvir certas musicas sem conteudo onde eu noto mesmo falta de sentimento ao faze-lo ;) nao tenho nada contra ninguem , nem contra os gostos das outras pessoas, exprimi-me sem querer atingir ninguem ;)E mais, acho que o hip hop nortenho carateriza-se muito pelo hip hop lirica e isso para mim importa-me muito ;)

    Nunca insultei ninguem mano ;)

    abraço e boa sorte ;)

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  14. Anónimo I eu gostava era que assinasses os teus textos porque fazer criticas toda a gente as sabe fazer sejam elas negativas ou positivas sendo as negativas mais faceis ainda o pior é fazer melhor que é com o que eu me tenho deparado no rap Português. Comentarios do tipo "encher chouriço" sao indispensaveis a uma critica, para isso mais vale se estar no sofá da sala a ver TV que até tem coisas bonitas a passar na TVI...


    Acho que quem entrou na mixtape deu a mostrar o seu estilo, alguns com estilos novos que a malta ainda não está habituada a ouvir, mas sinceramente acho que nenhum deu o seu máximo devido a ainda ser tudo muito verde, ainda estarem no inicio da sua caminhada...
    Por isso desde o inicio desta página até ao final do meu comentario esta critica para mim nao faz qualquer sentido devido a isso mesmo, devido aos artistas ainda estarem muito verdes, tao verdes que nem sequer se consegue ver quem tem potencial ou não... Voces hoje podem estar a criticar uma banda que daqui por 5/10 anos vai estar aí a partir colunas..
    Para mim, apenas uma banda podia ter uma critica pois já tem experiencia que sao os Som Mudo...
    Nem Poker deveria ter pois ainda estao verdinhas tambem...

    Espero que numa próxima vez seja escolhida uma mixtape melhor para ser criticada, esta malta ainda está amadurecer, muitos deles ainda nem percebem metricas por isso, como podem criticar bandas assim... Deixeim-nos amadurecer.



    Cumprimentos,


    João Marques

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  15. Olá

    Tenho vindo a seguir todos os comentários e críticas em relação ás bandas, não me tenho pronunciado de forma alguma, pois acredito e esta é apenas a minha opinião e tem o valor que tem, ou seja, existe muita diferença entre banda de estudio e banda ao vivo. Sendo assim esperei para que todas elas ou quase todas mostrassem o seu valor agora em palco. Pois tenho a dizer que foi uma total vergonha o que se passou no PinUp, claro que aquela casa não tem qualquer tipo de condições para receber concertos, tirando essa pequena desculpa, volto a dizer, foi uma vergonha o que se passou e passo a explicar; compreendo perfeitamente que algumas bandas estejam a dar os seus primeiros passos, mas quando os dão sem qualquer tipo de profissionalismo, então começam por um caminho muito problemático. A falta de confiança, a atitude em palco é algo que não se pode deixar para segundo plano. Muito se tem falado das prestações de bandas como, Décibélicos, Poker, Wrong ou Som Mudo, uns contra, outros a favor de quem esteve melhor na sua prestação,Sky e Som Mudo, depois de muito ouvir a Mixtape e de os ver ao vivo, não existe a menor dúvida de que Som Mudo é sem qualquer dúvida a melhor banda tanto em gravação como ao vivo, todo o resto foi o que se viu e ouviu. Os próprios Som Mudo disseram com todas as palavras e quem lá esteve ouviu. Vergonha e falta de respeito para com todos vós,refiro-me "vós" as bandas, e para connosco simples ouvintes. Poucas foram as bandas em que pude ouvir a sua mensagem, falta de profissionalismo uma vez mais. Concordo com a critica dada a Som Mudo e Sky pelo Blog, mas posso dizer que (uma vez mais minha humilde opinião e vale o que vale) Sky ainda tem uns passos a dar, sim estão no bom caminho. Som Mudo foi e é uma banda já com um longo histórico, basta pesquisar um pouco. Talvez foi o errado colocar esta banda juntamente com bandas,ainda num percurso de aprendizagem, sim todas elas com alguns talentos a descobrir e a apoiar, mas quando se ouve é enorme a diferença entre Som Mudo e todo o resto.
    Esta foi a minha opinião e certamente concordam pois os concertos deixaram muito a desejar.

    Claudio Fonseca

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  16. Nunca pensei que a Poesia Invicta desse tanto pano para mangas. Mas já dizia o outro: falem de mim nem que seja para dizer bem, não é?

    João Marques, toda a gente sabe fazer críticas ao rap português? Então por que é que há tão poucas pessoas a fazê-las? Tirando alguns blogs portugueses de eleição, o H2T e a Freestyle desconheço mais quem esteja a fazer críticas ao rap português. Ok, a Blitz e o Y muito de vez em quando fazem. Mas gostaria de ver mais gente dentro do rap a fazê-las. E garanto-te não é nada fácil. Daí que referires isso me espanta!

    Mais atónito fico quando mencionas que “encher chouriço” é INdispensável a uma crítica. Pensem bem antes de escrever, por favor!

    Bem, pela tua lógica, então qualquer artista debutante não merece uma crítica. Quantos álbuns então tem de fazer até a merecer? A minha crítica mostra a minha opinião sobre o que cada um fez ali. E para avaliar o que fizeram nesta mixtape, eu não preciso de saber se eles já têm sons feitos ou não, se têm obra ou se não têm nada. Limitei-me a sentir o pulso a cada um deles, simplesmente. Às vezes, ninguém curte os veteranos porque dizem que já passaram à história, agora acha-se mal que se faça uma crítica a quem estar a surgir porque estão muito verdes. Claro que precisam de amadurecer todos, mas eu refiro isso na crítica, só quem não a leu é que não viu isso! Um gajo é preso tanto por ter cão como por não ter. Não faz sentido eu avaliar o trabalho de quem está a começar no rap? Prendam-me por isso!

    Ora nem mais, eu posso estar a criticar (e não tem de ter conotação depreciativa) alguém que daqui a 5/10 anos pode estar a partir colunas, como também esse mesmo alguém pode estar completamente estagnado ou em processo de declínio. Mas isso é futurologia. Por isso, e mais uma vez reforço, é que eu avaliei o que cada um fez ali naquela mixtape, somente!

    Sim, da próxima vez, até podes sugerir aqui uma crítica para nós fazermos, que te parece? Nós já fizemos algumas críticas a mixtapes e a álbuns curiosamente nunca lemos o teu comentário nem aos álbuns/mixtapes nem às nossas críticas. Que tal fazeres também umas críticas a álbuns e a mixtapes de rap português? Todo o pessoal é pouco. Pensa neste desafio.

    Eu bem queria que muita gente no universo do rap português amadurecesse, mas a vida é uma cabra que come o pasto todo, não é mesmo?

    Cumprimentos.

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    Claúdio Fonseca, concordo em absoluto: existem diferenças entre banda de estúdio e banda ao vivo, entre fazer um disco e dar um concerto. Mas concretamente ao concerto que o pessoal que entrou na mixtape deu eu não posso mencionar nada porque não estive presente. Mas agradeço-te que tenhas registado aqui a tua opinião sobre isso.

    Acho que todos, sem excepção, têm passos a dar no sentido de evoluirem artisticamente. Mas lá está, até que ponto é que se pode cobrar algo a eles agora sem se parecer injusto? Para mim, é uma questão de sensibilidade.

    Que fique bem claro que eu não sou amigo de nenhum deles, nem os conheço pessoalmente, nem nunca os vi.

    Cumprimentos.

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  17. Eu conti-me imenso para não responder a este comentário, mas este último Anónimo (Claudio Fonseca) mostrou uma vaga quantidade de sabedoria no comentário expresso...

    Ora vejamos:

    Ponto 1: Eu pergunto-me a mim próprio, quem naquele concerto se queria evidenciar perante o "vasto" público (hironia) que são profissionais?
    Por amor de deus amigos, acordem para a vida...
    Ali mostrou-se a atitude certa de quem não quer coisas de "Moda" e "Fama". Certamente, nem em todos os artistas, mas isso são as escolhas que fazemos.
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    Ponto 2: Vamos lá mas é votar no Sr. Dr. Presidente Rui Rio par ver se conseguimos arranjar um concerto na casa da música, porque pelos vistos, alguém aqui não achou o material do PinUp suficientemente "saudável"...
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    Ponto 3: Desde quando é que a "falta de confiança" é marcada pela falta de profissionalismo? Vamos lá ver rapaz... Existem milhões de pessoas que dão concertos há decadas, e repito, há decadas e sentem sempre aquele nervosismo. Mas este ponto ainda tens de me explicar melhor por te parecer tão "vergonhoso" estares num concerto com artistas a "tremer" da falha em algo.
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    Ponto 4: Vou-te receitar um medicamento milagroso que faz com que a percepção de uma determinada mensagem seja possível.
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    Ponto 5: Concordo com a tua opinião sobre o enorme talento de SOM MUDO, mas acredita que até havia pessoas na ignorância de estarem no próprio projecto POESIA INVICTA e desconhecerem por completo esse tão "grande" nome. Uma "divulgaçãosinha" de SOM MUDO valeu a pena no concerto ou quê?
    ..............
    Ponto 6: Durante e elaboração deste comentário, estava aqui a ouvir rádio e ouvi uma frase que "me deixou muito a desejar":
    Criticar é moda. Superar é que é grande fo**...

    Um obrigado a todos os apoiantes do Projecto.

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  18. Olá

    Anónimo...

    Só fiquei estupefacto com a tua crítica á minha crítica, nem sei porque fizeste tal coisa, mas estamos num país livre. Então começo por te responder.

    Ponto 1

    A atitude certa é esquecer rimar no tempo, é enganar-se na letra e parar tudo e voltar atrás,é colocar o instrumental mais alto do que a voz e tu não perceberes nada do que estão para ali a rimar, acredito que muitos deles não tinham a noção do que se passava cá para fora, mas o técnico do PinUp achou que instrumental muito alto a abafar as vozes fazia sentido, sim realmente queremos é underground, desculpa o que tem haver dar um bom concerto,ou seja,som com qualidade, nada de enganos, um bom técnico etc etc..."MODA" ou "FAMA" pelo que percebi, boas condições não podem ter porque se estão a vender á fama e á moda? Olha mais uma vez e não querendo colocar aqui o nome da banda, por imensas razões, como me pareceu que estiveste lá, recordas-te de a banda pedir para baixar o volume dos instrumentais para que todos pudessem ouvir a mensagem deles, perguntaram ao publico,ora vamos lá ver, será isto errado? Não será preciso certamente uma casa da música, se é que me entendes. Agora ainda me vais explicar isso da MODA e da FAMA.

    Ponto 3

    Falta de confiança não é estar com aquele nervosismo, falta de confiança é esquecer a letra e desistir de a cantar ou voltar atrás na música, paguei para ver um concerto não um ensaio entendes isso? Parece-me que ainda estás um pouco confuso quanto a certos e determinados temas.

    Bem, quanto mais escrevo e te tento explicar mais penso que és daquelas pessoas em que ter espaço e qualidade, sendo profissional ou não mas agindo como tal já querem a FAMA ou estão na MODA. Concordo contigo "Criticar é moda. Superar é que é grande fo**..."

    Um Abraço a quem quer que sejas.

    Claudio Fonsaca

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