quinta-feira, 12 de novembro de 2009

35 Anos: Parabéns HIP HOP!

E uma longa e saudável vida, é aquilo que seguramente todos os fãs desta cultura desejam!

Em 1967, Kool Herc, jamaicano de berço, mudou-se para Nova Iorque. Habituado na sua terra a ouvir música debitada pelos monstruosos sound systems, Herc pretendeu trazer as colunas para a rua, de modo a oferecer música às pessoas e para solidificar a sua carreira de DJ, iniciada em 1969. Porém, apesar de alguns gangs frequentarem estas festas elas não tiveram particular impacto, já que as pessoas não aderiram ao som dos discos jamaicanos que Herc trouxera.

Foi neste lugar que tudo começou há 35 anos. Kool Herc instalava-se por aqui e as pessoas reuniam à sua volta.

O gang Black Spades era um dos vários que frequentavam as festas de Kool Herc no Bronx. Merece referência pois Afrika Bambaataa pertencia a este gang.

Mas Afrika Bambaataa cansou-se da violência dos gangs e pretendeu desligar-se da vida do crime e direccionar a sua vida noutro sentido. Assim, criou a Zulu Nation.

A Zulu Nation é um organismo que visa abraçar a vida duma forma mais positiva, alicerçada na cultura. Primeiro foi a dança, o Breakdance, depois seguiu-se o Graffiti, o DJing e o MCing. Foi precisamente na comemoração do 1º aniversário da Zulu Nation que Bambaataa declarou o começo oficial do Hip Hop nessa data de 12 de Novembro de 1974. Com a Zulu Nation, Bambaataa pôde ainda divulgar o seu profundo conhecimento musical, capitalizado pela audição de muitos muitos breaks.

Kool Herc percebeu que as multidões que se juntavam à sua volta nas festas preferiam o ritmo do funk acima de qualquer outro. E o êxtase incidia sobretudo nos trechos das músicas onde estava mais em evidência o baixo e a bateria. Assim, surgiram os breaks. É que Herc entendeu essa preferência das pessoas e engendrou uma táctica que lhe permitia prolongar o efeito do break, tendo duas cópias do mesmo single, alternando-as e mantendo a alternância da batida.

Grandmaster Flash seria importante ao ser o primeiro a dominar na sua mesa de mistura a passagem dum disco para o outro sem paragens, graças a um botão chamado cross-fader. A revolução técnica estava consumada.

Acidentalmente, Grandwizard Theodore criou o scratch, tocando o disco ao contrário com o auxílio da mão, tendo um pedaço previamente seleccionado da música e repetindo-a para a frente e para trás. Grandmaster Flash seria um dos responsáveis pelo aperfeiçoamento desta técnica.

O ritmo inspirava as pessoas a dançar os breaks. Daí que ficassem conhecidos como breaker boys ou b-boys. Aqui uma das mais famosas crews: Rock Steady!

Cold Crush Brothers era um grupo que albergava Grandmaster Caz.

Consta que Grandmaster Caz seria o autor de algumas rimas que seriam usadas no primeiro grande estrondo musical desta cultura "Rapper's Delight".

Sylvia Robinson, antiga cantora, manager, produtora e dona da Sugarhill Records, cria e lança o grupo Sugarhill Gang, composto por Big Bang Hank, Wondermike e Master Gee. Seria Big Bang Hank aquele que usaria/roubaria as rimas originais de Caz para o tema "Rapper's Delight". Estes três membros de Sugarhill Gang não pertenciam a nenhuma crew local, Hank era mesmo segurança das festas que aconteciam. Oportunismos à parte, "Rapper's Delight" foi um êxito comercial ultrapassando mais de 2 milhões de exemplares vendidos só nos Estados Unidos. Era a confirmação da viabilidade comercial do rap.

Taki 183, um dos pioneiros do Graffiti. Adoptou esse pseudónimo, assinando em vários pontos de Nova Iorque. "183" referia-se ao número da porta onde morava. Nova Iorque surpreendeu-se com a tag que aparecia em todos os lados e se multiplicava.

Futura 2000 foi outro dos pioneiros do graffiti.

Os comboios eram uma boa plataforma para publicitar as assinaturas dos writers. Daí a proliferação de comboios pintados.

Aqui a tag de outro histórico writer: Zephyr.

Run DMC revolucionou o Hip Hop, introduzindo-lhe modernidade e uma identidade mais próxima da que conhecemos. Particularmente uma forma mais casual e desportiva na indumentária, já que inicialmente se usavam roupas excêntricas como as dos grupos de funk e posteriormente um estilo inspirado pela estética punk. Mas Run DMC também inovou nas rimas e especialmente nas batidas ao usar caixas de ritmos e os recém-criados samplers, promovendo uma sonoridade mais sintéctica. Outros nomes se seguiam inspirados neste legado incrível. Em baixo alguns dos mais prolíferos representantes do rap, que foi o elemento mais desenvolvido e privilegiado pela indústria devido à sua extraordinária capacidade de gerar lucros. Muitos muitos nomes faltam certamente, mas eis alguns protagonistas:

Public Enemy

De La Soul

Rakim

KRS-One

Gangstarr

N.W.A.

Tupac

Notorious B.I.G.

Wu-Tang Clan

BlackStar

Nas

Jay-Z

Common

Eminem

Kanye West

5 comentários:

  1. Longa vida à Cultura de Rua (seja ela HipHop, Skinhead, Casual, DnB, etc...)!

    Em relação à Samp, aqui tens mais itens relacionados http://lowprofiler16.blogspot.com/search/label/sampedoria
    &
    http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=user.viewPicture&friendID=193101620&albumId=1654168

    E sim, a Samp sempre teve uma mística própria no panorama das curvas italianas, que também é do meu agrado.

    Cumps Antifascistas!

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  2. Ey Druco! Bonito artigo sobre Hip-Hop, bem escrito como sempre...adorei esta viagem pelo tempo...os alicerces desta cultura permanecerão intactos para sempre.
    Obrigado pelo post.
    Abraço, SimpLe!

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  3. É mesmo, LP16! Longa vida! Obrigado pelas fotos. Volta e meia ando sempre a pesquisar imagens antigas de grupos como os da Samp. É verdade, uma mística muito própria. Valeu!

    SimpLe, é um gosto 'ver-te' por aqui! É verdade, é uma bela viagem pelo tempo... 35 anos é já muito tempo! É o que todos esperamos: que o Hip Hop se mantenha de boa saúde! Eu é que agradeço teres passado por aqui e teres deixado o teu comentário.

    Um forte abraço a ambos!

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  4. Gostei basntante do artigo sobre o Hip-Hop...um resumo de uma História bastante rica e preenchida que conta já com mais de 30 anos! Acho importante assinalar estes marocs, que podem ser uma forma de nos fazer olhar para o passado e para o percurso percorrido e com ele aprender para modelar o presente. "Se a gente não sabe quem foi, não sabe quem é(...); se a gente não sabe de onde veio, não sabe onde está, não sabe para onde irá". É precioso documentarmo-nos acerca da nossa História...o texto, acompanhado pelas fotos e videos, é um boa introdução e que deveria ser lido e visto por muita gente! Parabéns! O blog tb está bastante bom! Agora tenho passado por cá bastante! Artigos bem escritos, cm já alguém disse, críticas interessantes e informações valiosa! Merecem prop's!

    Oráculo

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  5. Oráculo, obrigado pelo comentário! São impressões como a tua que nos fazem acreditar que vale a pena a dedicação que temos desenvolvido em prol do Hip Hop.

    Valeu, volta sempre!

    Um grande abraço.

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