sábado, 25 de abril de 2009

Lembrando o 25 de Abril de 1974



A Revolução dos Cravos foi há 35 anos. Para comemorar a efeméride, escolhi a música “Houve Homens de Talento” de Kooltuga. É uma singela homenagem a todos aqueles que lutaram pela Liberdade. A escolha da música, diga-se, não é casual, já que Kooltuga tem-se prestado a celebrar Abril, bem como toda a música nacional. E que excelente trabalho tem desenvolvido!

O dia 25 de Abril de 1974 significou a vitória que permitiu a instauração em Portugal das liberdades políticas e de informação, resolvendo igualmente o então urgente imbróglio ultramarino. As razões que contribuíram fortemente para que o golpe tivesse êxito foram as seguintes: o descontentamento dos militares (longos anos envolvidos numa guerra sem vislumbre de resolução e sem hipóteses de entendimento político); desgaste das famílias dos militares e da população em geral; acréscimo da politização especificamente dos jovens universitários que engrossavam as fileiras do exército; o atraso do país; a pobreza; o isolamento internacional; a existência da censura; as perseguições e prisões políticas.

A música assumiu um papel de grande relevo na Revolução. A canção “E Depois do Adeus” de Paulo de Carvalho funcionou como senha ao ser passada na rádio. Um segundo sinal viria através de “Grândola Vila Morena” de José Afonso. Ao ouvirem-nas, os militares sabiam que podiam confluir para Lisboa para dar início ao golpe militar. A ocupação e o domínio dos meios de comunicação assim como a solidariedade dos populares, que se misturaram com os militares e retiraram capacidade de manobra às forças fiéis ao regime, foram factores decisivos para o sucesso da operação desencadeada pelos militares e para que os acontecimentos evoluíssem para um clima revolucionário. Às 19h30m do dia 25 de Abril de 1974, Marcello Caetano entregava o poder a António de Spínola, chamado a integrar o grupo de revoltosos.



De modo a celebrar igualmente o local onde tudo se desenrolou, Lisboa, deixo-vos também mais um instrumental. Desta feita, o autor é Rocky Marsiano, que investiu Lisboa de mais um hino: “LX Extravaganza”. E se “extravaganza” deriva do italiano “stravaganza”, num Portugal tantas vezes cinzento, abúlico, obscurantista, retrógrado, não foi mesmo uma extravagância consumar uma revolução? Apesar de alguns ideais de Abril ainda imperarem, a decepção que grassa actualmente só me faz ter saudades das revoluções que virão! Oxalá o Hip Hop seja um aliado delas, transportando consigo o espírito desse dia 25 de Abril de 1974. Revoltem-se!

1 comentário:

  1. O 25 de Abril não me marcou directamente pois não sou desse tempo, mas marca-me indirectamente, assim como certamente marca muitas familias do povo portugues, hoje vemos ainda essas marcas, a marcar positiva maior foi o direito a uma Democracia o direito á expressao livre, mas quando vejo a quantidade de familias que foram afectadas com as politicas Salazarista, de certo que não vivem em capas de revistas ou de altos estatutos sociais, a verdade é que o que vemos hoje é fruto dessa falta de evolução que o povo portugues no geral foi impedido de ter.

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