“Tha Blaqprint” é o mais recente projecto que Blaq Poet lança para as ruas, numa espécie de aquecimento para o seu novo álbum. Neste disco, encontram-se algumas faixas já conhecidas do artista. Poet estará a guardar os melhores sons para esse seu disco de originais, mas aqui encontram-se igualmente faixas inéditas e de grande qualidade. É o caso de “Ain’t Nuttin’ Changed” produzida pelo sempre excelente DJ Premier. Puro sabor a Nova Iorque.
terça-feira, 30 de junho de 2009
Jay-Z - D.O.A.(Death of Auto-Tune)
Depois do áudio de "D.O.A.(Death of Auto-Tune)" eis que surgem as imagens deste primeiro single de "The Blueprint³". O décimo primeiro álbum do 'afro' Jay-Z invadirá as lojas a 11 de Setembro, precisamente oito anos após o primeiro "Blueprint".
sábado, 27 de junho de 2009
Nas & Damian Marley
Primeiro aperitivo do trabalho conjunto de Nas e Damian Marley denominado "Distant Relatives". Sem data de lançamento estabelecida, mas com inúmeras genes africanas, o álbum, segundo Nas, não é reggae nem rap... "is a different shit"!
Madkutz TV: noticiário da meia-noite

- Em termos de singles, o ambiente sonoro não poderia estar mais fresco e... quente. Exemplo disso é o "Aviso" lançado por NGA, Caminhante, Rimavisa, Makkas, Xoye, Lancelot, Supremo G, Kosmico e Raptor, num banger que antecede um remix deveras assustador (segundo o próprio Madkutz).
- Sem esfriar, o produtor também confeccionou a "Mudança" no featuring de Kosmico e Raptor com NGA e "Não me conheces" do mesmo Kosmico
- Para os que não aguentam a sobrecarga de faixas de Piecemaker aka Madkutz, o "Get Up" surgirá logo a seguir com as estimulações de Seth e Al-X
Em todas estas malhas foram detectadas as impressões digitais de Madkutz, que recentemente passou ou passará as mãos n'"A Preview" de Tekilla, nas mixtapes de NGA "Mais quente que fogo Vol.4" e "Impakto Pt:2" e n'"O algodão não engana" de Pacotes aka Pacman. Para acompanhamento diário no canal habitual.
Para fechar este bloco actualizado da Madkutz TV, um sublinhado para o projecto de produção "Beat'einstein", onde Madkutz divide com Kosmico os créditos dos beats. Para além de se concentrarem nos novos artistas nacionais que estão a surgir, esta dupla de produtores (Kosmico também é MC) pretende aumentar o volume dos seus sons até aos ouvidos internacionais, sem qualquer complexo aquando da confecção das batidas.
P.S. Este post não é mais do que um alento para o Madkutz que, neste momento, atravessa um período menos agradável que será, assim o desejamos, o mais ultrapassável possível!
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Rest in Peace, Michael Jackson!
O mundo chora a tragédia. Michael Jackson de 50 anos faleceu, após uma paragem cárdio-respiratória, em Los Angeles. O rei da pop sucumbiu traído pela saúde e a consternação é imensa. O choque é gigantesco, a música perde um dos seus maiores ícones de sempre. Descansa em paz, Jackson!
quinta-feira, 25 de junho de 2009
Pedaço de Saudade: Black Company - Nadar
Parece que foi ontem, não é? Quem não se lembra de trautear este clássico do rap português vezes sem conta? Black Company conseguiu realizar um êxito que contagiou Portugal inteiro, adensando entusiásticas expectativas em relação àquilo que poderia ser o rap no nosso país. Nem tudo correu pelo melhor no período pós-Rapública mas o que é certo é que o tema foi um marco do rap lusitano. Volvidos quinze anos, é com muito gosto que aqui o recordamos.
quarta-feira, 24 de junho de 2009
DJ NelAssassin & Mundo - Pioneiros Mixtape

Mãos de ouro que reluzem no mic
Existem muitos produtores de instrumentais capazes de suster o batimento cardíaco do Hip Hop em níveis consideravelmente saudáveis. Disso ninguém deverá duvidar. Mas nem todos esses fabricantes de beats se aventuram na produção de rimas. Naturalmente, uns acabam por ser mais bem sucedidos do que outros. The Alchemist faz parte dessa lista de aventureiros, embora ainda não tenha deixado no mic aquele eco que nos assalta quando um artista chega ao limiar do pressentimento, prestes a convencer a certeza: "Temos emcee!". Talvez mais uns bons anos de filtragem do legado deixado pelos grandes nomes do MCing lhe permitam entrar em listas como a que recentemente relatou. É óbvio que as escolhas são subjectivas, estão dependentes do gosto de cada um, logo, esta mescla de produtores, que também fazem uso da voz, não vai além de uma opinião meramente pessoal. Os nomes, da velha à nova escola, não parecem ser largados por ordem crescente (senão Nas jamais seria dos primeiros falados), à excepção de um: Large Professor. O Nova-Iorquino é aquele artista que provoca em Alchemist a tentação de esconder um trabalho seu para que nenhum outro ser partilhe do mesmo gozo.
Os doze destacáveis de Alchemist:
Large Professor
RZA (Wu-Tang Clan)
Kanye West
Juju (Beatnuts)
Evidence
Scram Jones
Pete Rock
Diamond D
Havoc (Mobb Deep)
Jay Dilla
Nas
Black Milk
terça-feira, 23 de junho de 2009
Cacique'97

O primeiro vídeo reivindicativo já se passeia (literalmente) pelas ruas e está visível "pra toda a gente" mais abaixo. Outro dos nove singles do álbum também já se chegou à frente, embora por um meio mais discreto, mas arrastou consigo Ikonoklasta, Sagas, Bob da Rage Sense e Sir Scratch.
A Fnac do Colombo (4 de Julho às 22h) será a próxima paragem dos Cacique'97.
The Alchemist + Oh No = Gangrene
À semelhança de Jay Dilla e Madlib (Jaylib), também Alchemist e Oh No (irmão de Madlib) farão parelha brevemente, num projecto onde os dois produtores responsabilizam-se por metade das batidas cada um, sobrepondo cada rima sua nos instrumentais do outro.
No vídeo do primeiro single, "Under Siege", a dupla, auto-denominada Gangrene, traz à memória as polémicas imagens dos confrontos que ficaram imortalizados como "Los Angeles Riots". Em 1992, Rodney King, motorista de profissão, fora espancado de forma cobarde por uns quantos polícias caucasianos da LAPD (Los Angeles Police Department). O caso deu entrada nos tribunais, saindo com a absolvição para o grupo de cops. Consequência imediata: a comunidade afro-americana invade as ruas com o intuito de descarregar em cima do povo branco.
Convém dizer também que Alchemist terá o seu segundo álbum pessoal cá fora a 7 de julho. "Chemical Warfare" conta com quinze faixas e as contribuições vocais de Kool G Rap, Jadakiss, Snoop Dogg, Evidence, Blu, Talib Kweli e Prodigy (citando só parte delas).
segunda-feira, 22 de junho de 2009
No palco com...
Na mesma noite e no mesmo local, Lisboa deu as boas-vindas a "Outros Tempos", "A Marcha" e "A Preview", os novíssimos álbuns de Xeg, Skunk e Tekilla, respectivamente. O palco da Lx Factory que recebeu a "HipHop Tuga Big Party" foi pisado por Sir Scratch, NBC, Black Mastah, Show No Love, Tamin, Vale Tudo, Kristo, Agir, The Blues Brothers e DJ G.I.Joe, para além, é claro, dos três cabeças de cartaz.
Em cima, é possível testemunhar que a plateia (que encheu o recinto) recebeu de braços abertos (e no ar) esta tripla dose de Hip Hop português, ingerida em elevadas quantidades de entrega e (muita) alegria. Os primeiros singles dos três registos dos rappers foram acompanhados na ponta da língua.
"A Preview" de Tekilla à venda

O MC volta assim às lides discográficas cinco anos após "Tekillogia".
sexta-feira, 19 de junho de 2009
Xeg "Outros Tempos"
Biofonia: Mr. J. Medeiros




A vertente social de Mr. J., apesar de estar impregnada na sua música, brota sob outras formas. Jason Medeiros já foi voluntário em várias organizações, tem um papel activo contra o abuso sexual de crianças e contra o tráfico de seres humanos. Nestes dois últimos casos, tem que se dar relevância ao single «Constance», que faz parte de “Of Gods and Girls”. A canção, que teve direito a vídeo, é um importante relato que chama a atenção para esses crimes, que parecem estar sempre em ascensão. São conhecidas ainda incursões de Medeiros a favor do meio ambiente.


quinta-feira, 18 de junho de 2009
À descoberta do sentimento oriental

Em 2007, no primeiro número de "Soundtracks", Deckstream contou com uma série de colaborações, onde predominavam nomes tão conhecidos do rap americano como DJ Premier, Pep Love, Lupe Fiasco, Talib Kweli, Bahamadia, Camp Lo ou Zion I.
Recentemente, o DJ presenteou o povo dos olhos em bico com um segundo número de "Soundtracks". O trabalho privilegia, mais uma vez, uma base instrumental que abraça a Soul e o Jazz com o Hip Hop, tendo sido toda ela posta à disposição de um leque de artistas constituído por Mos Def, N’dea Davenport, Nikki Jean, Nice & Smooth, Substantial e os Teriyaki Boys.
A participação de Mos Def em 'Life is good' é assim contada. 'Unconditional Love' contagia qualquer ouvido.


Brother Ali - Good Lord
O mais recente vídeo do rapper Brother Ali para a faixa 'Good Lord', do "The Truth Is Here EP" (produzido na sua totalidade por Ant dos Atmosphere), compôs-se com imagens capturadas numa igreja com antecedentes históricos. Foi naquele edifício, situado em Harlem, que Malcolm X (um dos mais assertivos defensores dos direitos dos negros) fora brutalmente assassinado a meio de uma das suas famosas palestras. No denominado Malcolm X and Dr. Betty Shabazz Center, protagonizou inúmeros discursos e debates com a população mais discriminada do país, com o intuito de reclamar e debater a igualdade e fraternidade sociais.
terça-feira, 16 de junho de 2009
A morte do Auto-Tune
O rapper Jay-Z tem programada para Setembro a edição do seu décimo primeiro álbum de originais, terceiro após o histórico concerto no Madison Square Garden que antecipava o término da carreira em 2003. No entanto, o emcee multi-milionário não contabilizou mais do que três anos de ausência, regressando com o lucrativo "Kingdom Come". Volvidos doze meses, o "American Gangster" registava novo sucesso comercial.
O final do verão de 2009 testemunhará então o nascimento de "The Blueprint³". O trabalho arrastará consigo temas com produção de Kanye West, Timbaland e No I.D. Este último, confeccionou a batida que origina em Jay-Z a proclamação da extinção do super-usual efeito Auto-Tune. Sendo assim, “D.O.A. (Death Of Autotune)” posiciona-se como uma oposição ao actual passatempo favorito de Kanye West.
Jake One - Home
O último trabalho (editado ainda o ano passado) de Jake One, "White Van Music", conhece agora um vídeo do single 'Home'. Com aparições de Diamond D, Note, Maneak B e Ish, a faixa, produzida pelo produtor americano, oferece à sua terra natal, Seattle, uma sincera homenagem que certamente orgulhará os vizinhos de Jake One. No álbum somos contemplados ainda com a presença de Brother Ali, M.O.P., Evidence, Alchemist, Doom, Royce Da 5'9", entre muitos outros.
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Kooltuga, Praso e Links


New Max na Casa da Música (28/05/2009)

sexta-feira, 12 de junho de 2009
Vídeo de Azagaia - Combatentes da Fortuna
Azagaia, rapper moçambicano e um dos mais brilhantes da lusofonia, tem em “Combatentes da Fortuna” um importante manifesto contra os governantes africanos. O MC moçambicano enfatiza que os políticos eram a esperança que o povo africano vislumbrava para os tirar da miséria e lhes ofertar a liberdade. Porém, após a frustração das expectativas e analisando a fria realidade, Azagaia conclui que, aqueles em quem o povo de África confiava e considerava irmãos, são afinal mais um cancro perfeitamente igual aos colonizadores. Político e interventivo, Azagaia continua a sua luta pela melhoria de Moçambique através da música, denunciando as injustiças, expondo as suas preocupações e consciencializando o seu povo. Azagaia, na senda de uma das suas maiores referências de nome José Craveirinha, constitui-se como uma figura importante na cultura moçambicana contemporânea. Este vídeo contém a particularidade de ter legendagem em inglês. Rap moçambicano em alta!
quarta-feira, 10 de junho de 2009
Três novidades sonoras
"Forever" também é novidade, mas neste caso de Ghostface Killah, membro da crew Wu-Tang Clan. Para o rapper, o R&B é o caminho mais viável para o novo álbum.
Sa-Ra e Erykah Badu no mesmo som só pode dar "Dirty Beauty". Para os defensores da Soul, "Nuclear Evolution: The Age of Love" é o registo que acolhe esta faixa.
terça-feira, 9 de junho de 2009
Monstro Robot

Primeiro vídeo de Brooklynati
A cidade imaginária que ganha formas e contornos no último álbum do trio Tanya Morgan pode finalmente orgulhar-se de um vídeo. De toda a "Brooklynati" o single "So Damn Down" foi o primeiro representante escolhido, sendo que as palavras de Ilyas, Von Pea e Donwill nunca soaram tão animadas como neste vídeo. Divirtam-se!
segunda-feira, 8 de junho de 2009
Ilegal Promo "Live On Stage"

Por enquanto, e para aguçar o apetite, Jimmy P e Rusty convidam-nos a ouvir a preview do projecto, que conta com um título bem sugestivo: "Let's the Music Play". Deixem tocar!
Se eles são incendiários... (Parte III)

Se eles são incendiários... (Parte II)

Lume Brando
Se eles são incendiários... (Parte I)


domingo, 7 de junho de 2009
Sanryse - M.O.D.O.S
Mais um vídeo extraído do álbum "V.I.D.A." de Sanryse. Chama-se 'M.O.D.O.S.' e traz, para além do rapper da velha escola, um dos seus habituais parceiros de luta: Bambino. O trabalho foi lançado o ano passado e continua disponível nas lojas e na SóHipHop.
Mos Def - Ecstatic
A "Ecstatic" só restarão mais dois dias de isolamento nos armazéns, pois a partir de terça-feira (9 de Junho) o disco acasalará com inúmeras prateleiras distribuídas por esse mundo fora. Levantando um pouco o véu, estes snippets são o melhor remédio contra a curiosidade.
Em baixo, a lista sequencial das faixas, assim como os seus respectivos conceptores.
sábado, 6 de junho de 2009
Buckshot e KRS-One - Robot
Um dos registos mais ansiados dos últimos tempos já deu sinais de vida. Ao primeiro batimento foi-lhe dado o nome de 'Robot', sendo que o ar expelido dos pulmões de Buckshot e KRS-One, estimulado pela batida de Havoc, foi determinante para a concretização do mesmo. A faixa espera ser a receita perfeita para o combate às doenças que teimam em enfraquecer o Hip Hop.
"Survival Skills" a 25 de Agosto nos escaparates.
Soul Assassins - Classical
Já aqui falamos do álbum do colectivo Soul Assassins que sairá para as lojas no dia 23 deste mês de Junho. Também já escutamos por aqui o primeiro single que sobrepôs as vozes de Sick Jacken & Evidence no instrumental de DJ Muggs. Resta agora conhecer o rosto desse mesmo som "Classical".
quarta-feira, 3 de junho de 2009
Entrevista a Supremo G a.k.a. Jimmy P

1- A primeira pergunta é sempre a mais fácil que fazemos. Portanto, a fim de entendermos se somos bons ou maus na arte de persuadir, diz-nos: a partir do momento em que viste o nosso pedido, quanto tempo é que demoraste a aceitar a entrevista (risos)?
No vosso caso, respondi imediatamente. Às vezes demoro um pouco a responder porque não vou muitas vezes ao space. Por acaso, tiveram sorte!! Apanharam-me num bom dia (risos).
2- Nasceste na Margem Sul, estiveste uma década em França, antes do Porto te acolher e testemunhar os teus primeiros passos como MC. Qual destas zonas pode reclamar para si a maior quota-parte de importância na tua ligação com o Hip Hop?
Mas que bela pergunta!! Apesar de me sentir intimamente ligado a todas as regiões mencionadas, o tempo que vivi em França moldou definitivamente a minha maneira de estar e o meu estado de espírito relativamente ao Rap. No que diz respeito às minhas preferências de Rap, quase tudo que oiço é francês. Oiço muito pouco Rap Americano. Mas independentemente disso, sinto uma ligação muito forte à cidade do Porto. Amo esta cidade! Também tem um peso importante naquilo que faço. Quanto à Margem Sul, e especificamente o Barreiro, tem um cantinho especial cá dentro por motivos óbvios. Até à data presente só dei um concerto na Margem Sul e foi dos sítios onde fui melhor recebido.
3- Plantaste a semente da tua carreira no Hip Hop nacional com algumas participações em álbuns alheios mas grande parte da tua projecção deu-se com o projecto Crewcial. Todavia, nos últimos tempos não temos ouvido falar muito do grupo... E Afroclick, como está?
Infelizmente (ou felizmente), os meus parceiros foram viver para Angola. Considerando que a oferta de emprego para pessoas formadas cá em Portugal é escassa, tanto o Diggy como o P acabaram por ir para lá. Quanto aos restantes membros do colectivo Afroclick, a grande maioria acabou por ir também embora. No fundo, sempre foi esse o nosso desejo, acabarmos os nossos cursos e voltar à nossa terra. Como tal, fiquei eu por cá com mais alguns tropas e dei seguimento a um projecto que começamos juntos: “Ilegal Promo”.
4- Deves ter consciência de que quem aprecia a tua música há muito que anseia marcar no calendário o dia do lançamento do teu álbum a solo. Ainda teremos que tomar medicamentos para controlar a ansiedade durante muito tempo? O que podemos esperar desse registo discográfico?
(risos) Eu tenho consciência que há pessoas que estão à espera há algum tempo. Costumo receber mensagens a perguntar pelo álbum com alguma frequência. Já tive o meu álbum pronto e conforme tenho dito às pessoas, senti que ainda não estava na altura para lançar. Simplesmente porque o produto final não me agradava. Sabem, não tenho pressa nenhuma. Confesso que quero lançar um álbum, mas não pretendo que seja mais um álbum que fica a apanhar pó nas prateleiras das Fnacs e afins. Quero reunir as condições necessárias para que o meu trabalho tenha um impacto positivo no público mas, acima de tudo, quero que traga um contributo positivo ao panorama da musica lusófona. Não quero que seja "apenas" mais um álbum de Rap.
5- Há uns tempos, fomos presenteados com a “Ilegal Promo”. Que balanço fazes desta “promoção ilegal” do rap que, diga-se, disseminou-se por vários pontos de Portugal?
Honestamente, o feedback foi mesmo muito positivo. Eu não estava cá quando o trabalho ficou disponível para download. O que posso dizer é o seguinte: tendo em conta que não fizemos tudo que era possível em termos de promoção (fizemos apenas o básico), no final da segunda semana tínhamos cerca de 3.500 downloads. O pessoal passou a palavra e a cena naturalmente chegou aos ouvidos das pessoas. Quando voltei para Portugal, fui ao Algarve gravar uma cena com o Realpunch e fiquei surpreendido ao ver que em algumas zonas havia pessoas com sons da Mixtape a tocar nos telemóveis. Não esperava mesmo. Por outro lado, permitiu-me conhecer e relacionar-me com MC's cujo Rap apreciava e com quem mantenho o contacto até hoje. Acho que dentro do que era possível fazer, tendo em conta que tudo é feito às nossas custas, o balanço é extremamente positivo para todos.
6- Na tua opinião, que prós e contras vislumbras no lançamento de uma mixtape? Há actualmente, dadas as vicissitudes do mercado musical, mais vantagem em se lançar uma mixtape em detrimento de um álbum?
Bom, a meu ver, as mixtapes também são trabalhos discográficos, logo, devem ser encaradas com a mesma seriedade que se encara um álbum porque, bem ou mal, é o teu nome que vai estar associado a esse trabalho. Acredito que é uma maneira saudável de trabalhar, isto é, para os artistas se darem a conhecer. Contudo, conforme disse há pouco, tem de haver seriedade naquilo que se faz. Normalmente oiço quase tudo que se faz cá em Portugal em termos de Rap e tenho ouvido muitas mixtapes que denotam muito pouco cuidado, seriedade e profissionalismo. Quanto ao resto, parece-me que depende muito das expectativas de cada um. Vejo o álbum como algo muito pessoal, algo muito sério. Não acho que haja mais vantagens em lançar um ou outro trabalho pois acredito que álbuns e mixtapes servem propósitos diferentes.
7- Em virtude das tuas ligações a África, é natural que a música desse continente te inspire – particularmente a música angolana. Ultimamente, têm chegado aos ouvidos dos portugueses vários nomes de rappers dos países lusófonos. Sentes que esta injecção de rap da lusofonia é importante e suficiente aqui em Portugal ou deveriam todos os países lusófonos aprofundar mais esta irmandade?
Parece-me que esta "injecção", conforme lhe chamam, é extremamente salutar para todos nós. Nesta era global, não podemos viver fechados sobre nós próprios. Há que tirar proveito daquilo que os outros nos trazem de bom. Para mim, a música, e neste caso o Rap, é partilha, é o quebrar de fronteiras e acho que é isso que estamos a começar a fazer. Só temos a ganhar em ouvir artistas de outros países! Embora algumas pessoas (os ditos puritanos) queiram preservar o estado "puro" do Rap, sem os estrangeirismos, sem influências de fora. O panorama musical mostra precisamente o contrário: o Rap lusófono é extremamente heterogéneo, isto porque se alimenta de realidades, influências e vivências distintas. Devemos cultivar essa irmandade porque só temos a ganhar com isso.
8- Inseres-te numa geração de MC’s da Invicta que tem despertado um crescente optimismo e entusiasmo nos defensores do rap nacional e nortenho, em particular. Como vês, estando por dentro da comunidade, a evolução do rap no norte do país?
Pelo que tenho observado, aqui no Norte há muita gente com talento. Lembro-me que há uns anos era muito difícil alguém impor-se se não tivesse aquela sonoridade característica do Rap nortenho. Houve um tempo em que todos os MCs da New School tinham como referências os mesmos MCs e, em consequência disso, muitos acabavam por ter sonoridades parecidas. Hoje, o contexto mudou. Há MCs que apareceram com estilos muito próprios, formas de pensar e de abordar o Rap muito próprias e, consequentemente, trouxeram um Rap diferente daquilo que as pessoas estão habituadas a ouvir. Desta nova geração de MCs, destaco alguns artistas como Deau, Enigma, Caixa Toráxica, Capicua, M7, Jêpê, Bordaz, Contrabando 88 ...
9- “O Deau é, no momento, um dos melhores MC’s de Portugal”. Esta é uma afirmação tua. Privando e acompanhando o desenvolvimento de Deau, até onde poderá ele chegar no rap? (Era inevitável perguntarmos-te sobre Deau!)
(risos) Ele é, sem dúvida, dos MCs mais talentosos que eu ouvi até hoje. A meu ver, ele reúne todas as características que um MC deve ter: escreve muito bem, tem grande flow, tem musicalidade e sabe envolver o ouvinte com palavras. É importante realçar um facto: a maior parte dos MCs só consegue ter o impacto que ele teve depois de dar uma considerável parte do seu trabalho a conhecer. Ele apareceu com um som e deixou todos de boca aberta. Acho que só isso já denota que ele é um artista muito acima da média. Considerando que tenho vindo a acompanhar o trabalho dele, posso afirmar que o Deau vai ser uma das maiores referências do Rap Lusófono. Que ninguém duvide disso!
10- Para finalizarmos, o que é que te apetece destacar positiva e negativamente no Hip Hop português actual?
Positivo: a atitude empreendedora que muitos artistas, e não só, estão a ter em prol do crescimento do Hiphop. Tenho assistido à criação de Mixtapes, Labels independentes, fóruns, blogs... Tudo isto permite manter a chama acesa. Keep it up!!
Negativo: A falta de cultura que existe no seio do Rap. Muita gente resume o Hiphop ao Rap quando há tanto para descobrir. Portugal deve ser um dos únicos países onde as vertentes do Hiphop não agem de forma articulada, funcionam independentemente umas das outras.
Posto isto, quero mandar um grande props pela iniciativa!!! Continuem a fazer um bom trabalho. Um grande abraço.
Obrigado pela entrevista, Jimmy!
Por Sempei e Druco
terça-feira, 2 de junho de 2009
Documentário sobre Sam The Kid
"Dicas no Vinil" é um documentário sobre Sam The Kid que há uns tempos passou na televisão. Pormenores sobre a sua vida, a música, os amigos, o processo criativo, tudo isto e muito mais é abordado neste documentário. Uma óptima recordação para aqueles que já viram e uma excelente proposta para todos aqueles que nunca assistiram a este documentário que nos dá a conhecer mais profundamente Sam The Kid, um dos ícones do Hip Hop nacional.
Syzygy - Staff Completo
"Staff Completo" de Syzygy é o tema eleito para single da compilação «Best Off». Divirtam-se tanto a ver este vídeo quanto os protagonistas se divertiram a fazê-lo!