quinta-feira, 9 de julho de 2009

Monstro Robot: O Ataque Pt.2

Numa aventura, qualquer herói tem de penar um bom bocado até alcançar, primeiro, a glória, depois, a gaja boa. Sem esquecer que tem de estar várias vezes a milímetros da morte e à mercê duns vilões pouco prendados na beleza e com pouco cuidado na alimentação. Ora, Stray também se vê em sarilhos mas numa versão mais moderna e tecnológica. Está na iminência de ser cortado por feixes e flashes luminosos de intratáveis “Lanternas”. É o que dá ser irredutível na busca pela liberdade. Há sempre alguém que acha que isso não é legítimo. Por isso, Stray é crítico e corrosivo com eles, repudia-lhes a exploração que infligem às pessoas. A sorte já não protege os audazes. Quem quer ter sorte, compra-a. Daí que vá de vento em popa as vendas de trevos de quatro folhas plastificados. Ninguém está imune aos sinais do tempo. O nosso mundo exige que sejamos moldáveis e movemo-nos muitas vezes pela vontade de outrem. Somos um puzzle imperfeito que se vai formando com a passagem dos anos, onde há peças que não são boas. Stray inspira-nos a não nos conformarmos e a não pactuarmos com o sistema vigente. Por ser fiel à sua ideologia e lutar contra os cânones que a sociedade dita, ele só calca cinzas, assistindo ao voo triunfante das fénixes que ressuscitam à custa sabe-se lá do quê. Repudia os que vegetam na ignorância e não arregaçam as mangas contra a máquina mortífera que os segrega. Ele promete continuar a ser livre. Mas depois das fatigantes fugas e resistências, há sempre direito ao descanso do guerreiro. “As Lanternas Já Foram Embora” e Stray está esbaforido mas orgulhoso.

A vida de uma pessoa pode mudar para sempre por culpa... de outra pessoa. Stray veste-se de um super ocupado executivo que se mantiver o “passo acelerado” chegará ao sucesso profissional. A outra personagem deste enredo ganha vida com Maze. Ele é atrasado, alcoólico, infrator das regras de trânsito, devedor da renda de casa, caloteiro, está arrependido de ter casamento marcado e de estar esperando um filho! Ufa, podia ser pior, não? Podia! Como meter-se no carro e ir para o emprego quando o trânsito está caótico. Mas se o mundo inteiro se unisse para o tramar então Maze ficava tipo sem gasolina. E não é que ficou? Chato chato era alguém começar a buzinar-lhe... É que um homem com os nervos em franja e com o dia a correr-lhe tão mal é bem capaz de matar só para se sentir melhor. E então se a potencial vítima for um chico-esperto cheio de tiques à patrão, temos um problema. Pum! Stray é alvejado por Maze! O destino de Stray sofre um rude golpe. A fúria de Maze travou-lhe a marcha. Mas alimentando a esperança de ter o dia perfeito, Stray recusa que lhe seja prestada assistência médica, pois só tem em mente a sua escalada profissional. Stray ainda pensa em agredir Maze e vingar-se. Mas de nada valia, para ambos já era “Tarde” demais para o que quer que fosse. Mas onde é que eu já vi isto? No Telejornal? Talvez.

E se a nossa vida claudicar ou estiver em vias disso e esperarmos que a TV nos atenue a dor ou melhore a nossa situação desenganem-se. As televisões também estão do lado do inimigo, prontas a deglutir-nos. Felizmente que, ao contrário de muitos técnicos intrujões das televisões, há um verdadeiro provedor televisivo que se preocupa com os telespectadores e que tem os seus próprios tempos de antena: “Dread Droid Ninja Pt.1” e “Dread Droid Ninja Pt.2”. Nesta batalha, as máquinas que não cumpram os requisitos mínimos de bom comportamento para com os telespectadores serão perseguidas, desligadas e colocadas para reciclagem. Mas se não estão dispostos a arranjar problemas e a ter de chamar alguém para vos salvar, então façam o favor de desligar a televisão e riam-se bastante dela. Caladinha!

E se não há televisão para ver, há muitas outras coisas óptimas para se fazer. Deixe-se o ócio e ligue-se o “Hiperactivizador”. Se o trabalho é um lema para muito boa gente, também o é para Monstro Robot. A inspiração não adianta de nada se não a depurarmos através do trabalho. Se sentem que vos falta energia, bebam café em quantidades generosas. Stray e os seus comparsas seguem essa receita e nem o facto de estarem à margem os desmotiva e os faz entrar em abulia. Trabalham com a energia do “combustível de foguetão”, na sua missão de vingadores, para reclamarem e justificarem o merecimento dum palmo de terreno neste planeta. Stray nesta luta não tem nada a perder, pois ele é lendário a desperdiçar a vida. A causa disso foi a falta de coolness dele no secundário. Sejam fixes na escola, putos, ou ainda acabam em vingadores, ok? É que “isto nem é guerra é alucinação, parte doença séria parte ficção”. Intitulando-se “Godzilla atómico” e capaz de disparar “fluxos de café”, Stray mesmo no nevoeiro de dúvidas, alucinações, negações e com a sanidade intermitente insiste no «Ataque à Colmeia». Ele nunca cessa da sua missão, nada o fará parar. Previne-se, daí que leve o sono num cantil e o troque por genica. As recompensas do trabalho árduo e determinado coroam-no de glória e orgulho, mas aquilo que lhe dava mesmo prazer no fim de contas era implodir-se! Quem não queria isso, Stray?! Quem?

Ora, galadoardo o herói chega a hora de aparecer a recompensa à séria, qual “Gata Borralheira”. Mas nenhuma vitória está plenamente validada se não for partilhada. Pois bem, Pulso foi então o eleito de Stray para os festejos. Porém, Pulso estava disposto a atrapalhar Stray na entrega do prémio, se é que me faço entender. Ele achou que não tinha jeito nenhum para fazer de vela e pretendia batalhar com Stray pela gata. Mas cheio de laia, Stray toma a dianteira e vai falar com a Camila. Desarma-a, afirmando que foi ter com ela pleno de intenções. Neste encontro relâmpago, Stray vai exibindo as suas qualidades, Pulso riposta, mas no final ficam ambos pendurados! Ninguém sabe para que telhado foi a arisca (escaldada?) gata! Gorada Camila, acaba por aparecer à frente de Stray mais uma mulher que não o deixa indiferente. “Ela” traz-lhe recordações. Incendiou-lhe o coração há tempos, mudara e nota-a agora igual às outras. Deixou de ser especial, após a relação que afinal mantiveram. Stray acha que está melhor sem ela, embora lhe tenha custado a perceber. Exorcismo completo. Próxima! Depois de transposta a desilusão e de afirmado o adeus a “Ela”, Stray consegue ser surpreendido, ainda que por um jovem masculino. Mostra o seu espanto pela arte e malabarismo do DJ. De facto, DJ SlimCutz exemplifica como as “Válvulas” de Monstro Robot estão em perfeitas condições, comprovando o porquê de ter sido uma exigência os seus préstimos por parte de Jinx. Com tais contratações, o Jinx está aqui está mas é no Real Madrid no lugar de Florentino Pérez!

O tempo esgota-se e Stray sente que tem de se explicar. O seu primeiro pensamento é o de que foi tudo em vão, inútil. Apesar de estar longe da verdade. Não encontra o móbil para o trabalho que desenvolveu, achando apenas que foi o ego que o instigou a gabar-se. Mas não foi só isso. Se lhe dermos graxa, ele agradece por o fazermos sentir-se melhor. Mesmo que o estejamos a enganar. O que nunca faríamos, de resto. Ele aceita perante nós que falhou, mesmo que saiba precisamente o contrário. Monstro Robot acertou-nos na mouche ao dizer que estávamos surdos. Quem ainda tiver dúvidas, pode tirá-las pois a nave está sempre com as portas abertas para quem quiser subir alto com Monstro Robot. É só pegar a “Escada de Corda” e desfrutar da viagem!

Sem comentários:

Enviar um comentário